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Covid-19: em 9 dias, mortes em abril já superam fevereiro inteiro no ES

Covid-19: em 9 dias, mortes em abril já superam fevereiro inteiro no ES

Estado divulgou 584 óbitos do início de abril até esta sexta-feira (9); Em fevereiro, foram 547 mortes registradas em 28 dias. média diária e média móvel de 14 dias são as piores da pandemia

Publicado em 9 de abril de 2021 às 20:21

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Covas abertas no cemitério de Maruípe em Vitória
Em meio à grande quantidade de mortes, lápides são identificadas com folha de papel no Cemitério de Maruípe, em Vitória. (Vitor Jubini)

Faz apenas nove dias que abril começou, mas o número de mortes causadas pelo novo coronavírus neste curto período já é maior que o acumulado durante o mês de fevereiro inteiro no Espírito Santo: são 584 vidas perdidas até esta sexta-feira (9). Em fevereiro, foram 547 mortes registradas em 28 dias. Ou seja, em nove dias de abril  já são 37 mortes a mais que o divulgado ao longo do segundo mês do ano. Na comparação com março, a quantidade atual já representa mais da metade (53%) do total do mês.

Covid-19 - em 9 dias, mortes em abril já superam fevereiro inteiro no ES

Embora ainda bem no início, abril já pode ser considerado o sétimo pior mês de toda a pandemia, ficando atrás de junho, julho, agosto e dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Além de março último, que foi o mais mortal de todo o período pandêmico, com 1.095 vidas perdidas, superando fevereiro na reta final.

A gravidade do atual momento também fica evidente quando comparadas as médias diárias. Por enquanto, abril tem cerca de 64 mortes por dia ou uma a cada 22 minutos. Esta é, disparada, a maior da pandemia inteira. A segunda é a de março: 35 mortes por dia, quase a metade.

Se esse ritmo se mantiver, abril pode terminar como o mês com mais óbitos desde que a Covid-19 chegou ao Espírito Santo. Aliás, especialistas apontam que esta deve ser, de fato, a realidade vivida pelos capixabas, já que a redução está prevista para acontecer apenas a partir da primeira quinzena de maio.

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Abril será ainda pior. Pelos números, a pressão será grande nesta semana e na próxima. Devemos chegar a 130 óbitos por dia

Ethel Maciel
Epidemiologista, em entrevista para A Gazeta em 7/04/2021
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Atualmente, o recorde de vidas perdidas em 24 horas pertence à última terça-feira (6), quando 110 pessoas morreram. O número influencia negativamente outros indicadores, como a média móvel de óbitos dos últimos 14 dias, que chegou a 56 nesta sexta-feira (9), conforme anunciado pelo governador Renato Casagrande. Outro patamar inédito.

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A taxa de ocupação das UTIs e o número de pessoas que estão morrendo exigem compromisso de nós. Cada um tem responsabilidade. Estamos em uma fase muito dura da doença, perdendo muita gente

Renato Casagrande
Governador do Espírito Santo
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Por trás desse aumento estariam quatro principais fatores: a sazonalidade das doenças respiratórias, as aglomerações mais frequentes, o maior relaxamento com as medidas de distanciamento social e as novas variantes do coronavírus – como a cepa inglesa, que já se mostrou mais contagiosa e letal.

Com o objetivo de conter o avanço da pandemia em território capixaba, o Governo do Estado e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) anunciaram, nos últimos dias, uma série de medidas, entre elas: o novo mapa de risco, a suspensão do transporte público aos finais de semana nos municípios de risco extremo, a nova testagem em massa e a abertura de leitos hospitalares.

vacinação de idosos com 60 anos ou mais também teve início nesta sexta-feira (9), conforme agendamentos já abertos em Vila Velha. Em Cariacica, esse grupo começa a ser imunizado no sábado (10). Porém, o secretário Nésio Fernandes admitiu que existe a possibilidade de o Espírito Santo não atingir a imunidade coletiva até o final deste ano.

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Se toda a vacinação não acontecer até julho, corremos grande risco de ter novas expansões da pandemia no segundo semestre desse ano

Nésio Fernandes
Secretário de Saúde do Espírito Santo, em entrevista à CBN Vitória em 7/04/2021
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Independentemente, ele acredita que os casos e as internações devam chegar ao pico da terceira onda e começarem a apresentar estabilização a partir desta semana. "No entanto, nós iremos passar o mês de abril como um período crítico da doença", alertou Nésio Fernandes, no último pronunciamento, realizado na manhã desta sexta-feira (9).

"Por isso, o respeito às medidas qualificadas (do mapa de risco) e o uso das máscaras precisam ser disciplinados. Não saiam para qualquer atividade que não seja essencial, de fato. Para nós, é duro perder pessoas idosas, adultas e jovens para uma doença que sabemos que pode ser evitada", concluiu, reforçando o pedido de apoio aos capixabas.

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