O Espírito Santo bateu três recordes nesta sexta-feira (19): são 701 pacientes em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 604 em leitos de enfermaria — totalizando, pela primeira vez em toda a pandemia, mais de 1.300 internados na rede pública hospitalar do Estado destinada à Covid-19.
Outro índice que deixa claro o avanço da pandemia em território capixaba é a taxa de ocupação dos leitos de UTI, que voltou a ficar acima dos 91% – nível que serve de gatilho para medidas do risco extremo, já adotadas desde quinta-feira (18) em todo o Estado, no formato de uma quarentena de 14 dias.
Agravamento que aconteceu apesar da segunda fase de expansão da rede pública hospitalar. No início deste mês, o Espírito Santo tinha 694 vagas de tratamento intensivo exclusivas para casos do coronavírus. Nesta sexta-feira (19), já são 770. Somente na última semana foram abertas 46.
Com o objetivo de evitar o colapso do sistema de saúde, o Governo Estadual já decretou medidas socioeconômicas mais restritivas. Pelo menos pelas próximas duas semanas, todos os estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais devem ficar fechados para atendimento presencial.
No endurecimento válido para todo o Estado está: a proibição do uso de espaços públicos de lazer como praças e parques; a permissão apenas de entrega para restaurantes e bares; a suspensão das aulas presenciais; a recomendação de cultos religiosos virtuais e a restrição de diversas atividades nas praias.
Simultaneamente, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) adiantou, em cerca de duas semanas, o cronograma de entrega dos 158 leitos de UTI, que havia sido anunciado no início de março. A expectativa é que o Estado chegue ao total de 900 leitos intensivos exclusivos para a pandemia no começo de abril.
Só nos últimos dois dias, foram abertos 28 leitos intensivos, distribuídos em Cachoeiro de Itapemirim (13) e Serra (15). Na semanas anteriores, outros 32 já tinham sido entregues, em Vitória (dez) e São José do Calçado (22).
Por isso, na última quarta-feira (17), o secretário Nésio Fernandes destacou a importância da sociedade adotar as medidas de distanciamento social: se possível, sair apenas se estritamente necessário, sempre usar máscara, evitar aglomerações e higienizar as mãos.
"O momento que o país vive é de colapso simultâneo em quase todos os Estados. Nós sabemos o que aconteceu com aqueles que não adotaram a postura necessária: colapsaram. Nós não queremos viver isso no Espírito Santo. Vamos dar exemplo e proteger a vida do nosso povo", afirmou.
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