O Espírito Santo bateu mais um recorde relativo à pandemia do coronavírus. Nesta sexta-feira (12), 1.127 pessoas estão internadas na rede pública estadual, incluindo as enfermarias e as Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Até então, o maior número tinha sido registrado em 3 de julho, quando 1.104 pacientes eram assistidos.
Os dados são do Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Nele constam as quantidades de internações diárias desde meados de abril de 2020 – e, em todo esse período, somente nesses dois dias o Estado ultrapassou o patamar de 1.100 internados por Covid-19.
Além da quantidade de internações nunca vista antes, o Espírito Santo também bateu recorde no número de pacientes em leitos de UTIs nesta sexta-feira (12) – pelo segundo dia consecutivo. São 612 pessoas internadas em estado grave ou gravíssimo, cinco a mais que nessa quinta-feira (11).
Há cerca de duas semanas, o Estado também já tinha voltado a registrar mais de 500 pacientes nas vagas intensivas. Na última segunda-feira (8), atingido níveis semelhantes ao primeiro pico, e na quarta-feira (10), chegado a 80% de ocupação das UTIs. Sinais de que a pandemia tem avançado entre os capixabas.
Apesar de servir de alerta, a maior taxa de ocupação nos leitos de UTI registrada atualmente não equivale à mesma demanda verificada na primeira onda. "Naquele momento, os pacientes permaneciam por oito ou nove dias. Hoje, pacientes com as mesmas características estão demandando, em média, 12 dias de internação nas UTIs. O aumento do tempo faz com que a mesma quantidade de leitos seja utilizada por menos pacientes ao longo do mês, por isso a ocupação tem um aumento no Espírito Santo", explicou Nésio Fernandes. No entanto, é importante esclarecer que essa permanência obriga o Estado a redimensionar a rede, como afirmou o próprio secretário.
Desde o início do mês de fevereiro, autoridades da área de saúde alertavam para um risco triplo: as possíveis aglomerações no período do Carnaval, a maior transmissibilidade das novas variantes do coronavírus e a sazonalidade das doenças respiratórias, que ocorre entre março e abril.
À frente da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o secretário Nésio Fernandes chegou a dizer que a "terceira onda da Covid-19" foi anunciada e, na coletiva de imprensa desta sexta-feira (12), detalhou qual deve ser a duração dessa nova fase de agravamento da pandemia no Estado.
Nessa quinta-feira (11), em entrevista exclusiva para A Gazeta, o subsecretário Luiz Carlos Reblin revelou que a pasta trabalha com o comportamento da primeira onda. "Com o aumento agora, deve haver estabilização em maio e a redução nos meses seguintes. O que nós ainda não sabemos é magnitude dessa curva", disse.
Para tentar evitar o colapso no sistema de saúde capixaba, o governador Renato Casagrande anunciou a entrega de mais 158 leitos de UTI até o final de abril – dos quais dez já foram entregues e outros 60 devem ser abertos até a próxima segunda-feira (15), como parte da segunda fase de expansão de leitos do Estado.
Ainda assim, o secretário Nésio Fernandes destaca que a ampliação não serve como garantia de que o sistema de saúde capixaba não sofrerá com a maior pressão da Covid-19. "Temos condições de absorver toda a demanda que está sendo apresentada. Isso não quer dizer que não tenhamos problemas futuros", ressalta.
"Nós alertamos para a condição de que possa faltar leitos caso não ocorra um alto grau de disciplina social, caso a gente não consiga romper a cadeia de transmissão de forma qualificada", alerta. Para contribuir com este fim, o Governo do Estado vai anunciar medidas mais restritivas na noite desta sexta-feira (12).
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