Um dia após o Governo Federal anunciar que o Brasil deve adotar três tipos de vacina para imunizar a população contra a Covid-19 a partir de 2021, A Gazeta procurou o Governo do Espírito Santo para saber quais estratégias já foram adotadas no Estado para o início dessa vacinação.
Embora alguns detalhes ainda estejam sendo definidos, como a escolha da vacina que será usada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmou que comprou seis milhões seringas e agulhas, já estando preparada para vacinar.
"Estamos preparados para a vacinação contra Covid-19 a partir do momento em que o Ministério da Saúde nos encaminhar a vacina. Poderia ser a partir de janeiro de 2021, fevereiro, mas estão anunciando em março. Temos março como uma data radar, mas se houver antecipação na aquisição e envio da vacina, já estamos preparados", afirma Luiz Carlos Reblin, subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa.
No plano de vacinação do Governo Federal, está prevista a aplicação de três fórmulas diferentes: da Oxford/AstraZeneca; CoronaVac; e a fabricada pela Moderna, através da Aliança Covax - consórcio firmado pelo Brasil junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ethel Maciel, epidemiologista capixaba que é membro da equipe que aponta quais grupos prioritários poderão receber a vacina primeiro, adiantou que a vacina produzida pela farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, estará com certeza no plano de vacinação de 2021, pois o Governo Federal já fez acordo para a compra de milhões de doses e a organização está com uma parceria de transferência de tecnologia para a Fiocruz.
Mas o Espírito Santo ainda não sabe qual fórmula será usada no Estado. De acordo com Luiz Carlos Reblin, a secretaria aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde sobre a vacina escolhida.
"Não sabemos qual vacina será adotada, se será regionalmente ou em todo Estado, enfim, ainda não há essa definição por parte do Ministério da Saúde, que é o responsável pela aquisição e distribuição da vacina para os estados. Eles estão apontando para uma definição de prioridades muito parecida com o que é feito com os pacientes de gripe: vacinando primeiro as pessoas bem mais velhas, os profissionais da saúde, depois o grupo de 60 anos ou mais ou com comorbidades. Ainda não sabemos a fórmula escolhida, mas muito provavelmente não teremos doses para a população inteira", explicou.
Reblin completou que a Sesa possui um plano estadual de vacinação já pronto, com as diretrizes de funcionamento, agendamento e outras questões operacionais da aplicação. Inclusive, ele conta que já foram comprados os insumos necessários, como seringas e agulhas.
"São seis milhões de unidades, de seringas e agulhas, pois há algum tempo estamos encaminhados nessa aquisição, já tínhamos esse cuidado. Nossa área técnica está se reunindo regionalmente, debatendo, tirando duvidas", garantiu.
Indagado sobre a negociação com a vacina da Pfizer, que não está prevista no plano do Governo Federal, o subsecretário informou que o contato estava na fase de conhecimento do produto, analisando a base da fórmula, como foi produzida e a logística, por exemplo. Porém, Reblin afirma que não houve avanço para uma possível compra. Ainda assim, o governo pretende manter relações com a instituição.
"Foi uma etapa de informação. Nos fizeram uma apresentação, conhecemos a vacina, mas não evoluímos no processo efetivo da compra porque é muito complexo um estado, isoladamente, adquirir uma determinada vacina. O governo federal é responsável pela aquisição e distribui. Claro que se não adquirir, os estados terão que adotar providências. Mas imagina: se um estado compra por conta própria e começa a vacinar, moradores de outros estados naturalmente iriam para a vacinação. Por isso é necessário que a aplicação seja de maneira coordenada e articulada. Mas continuamos a relação com a Pfizer e com outras instituições que tiverem interesse de trocar conhecimento científico para essa tecnologia importante", explicou.
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