Com a autorização pelo Ministério da Saúde para aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas a partir de 40 anos, o Espírito Santo já anunciou essa nova etapa de imunização a partir de segunda-feira (20).
Segundo a Secretária de Estado da Saúde (Sesa), a partir da data, os municípios poderão aplicar a nova dose de reforço no público entre 40 e 49 anos.
No Estado, são 616 mil pessoas nessa faixa etária, sendo que, conforme a Sesa, 315 mil estão aptas a serem imunizadas com a quarta dose, respeitando o intervalo de quatro meses após a última dose.
A Sesa destacou ainda que os municípios já possuem doses disponíveis para iniciar a vacinação desse grupo etário e que o Estado está solicitando, ainda neste fim de semana, mais 200 mil doses ao Ministério da Saúde.
A segunda dose de reforço já tinha sido liberada para a população acima dos 50 anos no último dia 4. Assim como ocorreu nas outras faixas etárias, a quarta dose só pode ser aplicada no mínimo quatro meses após a terceira.
Na avaliação de Renato Kfouri, diretor da SBIn (Sociedade Brasileira de Imunizações) e que compõe a câmara técnica que assessora o PNI, a ampliação para a faixa dos 40 anos é uma tendência.
"Tem mais comorbidades nessa faixa etária. É melhor do que ficar mandando liberar para os diabéticos, para os cardiopatas, então já libera para todo mundo acima dos 40 anos. É um momento que tem vacina. [A imunização] Vai ser com [a vacina da] Astrazeneca em especial, mas ainda tem Janssen e um pouco de Pfizer. Vamos ver se a gente acelera a cobertura vacinal."
Para ele, ainda que os benefícios da quarta dose aos adultos jovens não sejam tão claros, há dados mostrando que atual proteção vacinal se sustenta por pouco tempo. "Como o país enfrenta uma nova onda de casos, vale a pena. Não é [uma medida] equivocada não."
A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo, também defende a medida. "Com o aumento dos subtipos da ômicron BA.4 e BA.5 e com essa diminuição de tempo para reinfecção que a variante provoca, é uma medida muito interessante, até porque estamos com vacina em estoque", diz ela.
"Temos vacina para vencer, então é melhor vacina no braço. Infelizmente não temos campanha por parte do governo federal. É importante a proteção para esse grupo também."
A epidemiologista Ethel Maciel também reforça a importância de se avançar na busca de vacinas modeladas para a variante ômicron, que garantam um tempo de proteção maior. "As empresas já anunciaram que estão fazendo, mas ainda não temos."
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