O Espírito Santo voltou a registrar mais de mil casos confirmados do coronavírus em apenas 24 horas – patamar que não era atingido desde outubro do ano passado. Considerando as 1.202 infecções divulgadas nesta quinta-feira (6), o número é o maior desde o dia 7 de julho de 2021.
Durante os últimos dois meses, nenhuma atualização diária do Painel Covid-19 da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) chegou a ter 800 novos infectados. Na média mensal, novembro teve 422 casos a cada 24h; enquanto dezembro registrava 296. Neste início, janeiro aparece com 572/dia.
Na última coletiva de imprensa, realizada nessa quarta-feira (5), o secretário Nésio Fernandes já havia alertado para um aumento de 30% na proporção de testes que deram resultado positivo para a Covid-19 nos últimos dias, se comparado com o período anterior ao Natal do ano passado.
Nesta quinta-feira (6), ele deixou claro que os casos divulgados nesta tarde são decorrência do agravamento, sem interferência de represamentos. "A relação é direta com o aumento das interações. O cenário já era previsto no Espírito Santo, por isso fizemos os alertas e recomendações", disse.
Anteriormente, ele havia afirmado que as comemorações em decorrência das festas natalinas e de Réveillon foram "inadequadas" em todo o Brasil. No Espírito Santo, aglomerações sem o uso de máscara foram registradas tanto em Vitória quanto no balneário de Guriri, em São Mateus.
Consequentemente, o secretário de saúde avaliou que a variante Ômicron – que causou a primeira morte no país nesta quinta-feira (6) – já deve ter se tornado predominante no Estado, justamente ao decorrer desta semana, gerando o que chamou de "sobreposição perigosa" com a cepa Delta.
Apesar deste cenário, graças à vacinação, o aumento no número de casos ainda não reflete de igual modo nas internações e nos óbitos registrados em território capixaba. De acordo com a Sesa, a rede pública destinada à pandemia está operando dentro de uma "situação de normalidade".
Ainda assim, a média móvel de mortes dos últimos 14 dias já apresentou um crescimento. No dia 20 de dezembro do ano passado, o Estado tinha uma média de 2,8 óbitos. Já nessa quarta-feira (5), essa média subiu para 3,4. Ao todo, o Espírito Santo já perdeu 13.346 vidas para a pandemia.
Para evitar agravamentos mais severos que impactem sobremaneira as mortes e hospitalizações, o Governo Estadual aposta na vacinação – incluindo a de crianças, que deve começar na segunda quinzena deste mês – e estuda a realização do carnaval de rua junto aos municípios.
"Precisamos da atenção da população capixaba para um cenário de risco. As pessoas não devem subestimar, porque o cenário de três semanas atrás já é outro neste momento. A variante Ômicron assumiu uma velocidade de transmissão que a Delta não conseguiu atingir ao longo de 5 meses", alertou Nésio.
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