Depois de passar pelo maior pico de casos registrados em toda a pandemia, causado pela variante Ômicron, o Espírito Santo passa atualmente por uma "queda sustentada" no número de infectados, o que também se reflete na redução do número de mortes e de internações de pacientes com Covid-19.
Em entrevista nesta segunda-feira (21), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, ressaltou, no entanto, que já há uma preocupação das autoridades sanitárias de uma nova onda provocada pela subvariante da Ômicron, chamada de BA.2, que já foi confirmada no Brasil. Diante disso, segundo ele, um novo pico pode acontecer nos próximos 90 dias, sobretudo entre março e abril.
Durante a entrevista, o secretário salientou a importância da vacinação contra a Covid. Os imunizantes - que não impedem a infecção, mas reduzem chance de casos graves -, foram essenciais, na opinião de Nésio, para impedir que os números causados pela Ômicron fossem ainda maiores. O secretárioafirmou que o Estado poderia ter indicadores de óbitos superiores aos registrados em janeiro e fevereiro.
O secretário apontou que as avaliações consideram os dados computados por semana epidemiológica. Disse ainda que após o Estado viver o maior pico de casos na segunda quinzena de janeiro, já havia previsão de queda nos números no fim de fevereiro.
Além de casos e mortes, outros dados evidenciam o declínio da quarta onda da Covid no Estado, como a queda na ocupação de leitos, o menor número de pacientes internados com Covid e a menor positividade dos testes realizados, que é a porcentagem dos exames feitos que dão positivo.
Ocupação de leitos:
Pacientes internados com Covid:
Mortes por Covid:
Testes positivos:
O subsecretário de Estado em Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, destacou que aproximadamente metade da população capixaba teve contato com ao menos um infectado, sintomático ou assintomático, nos dois primeiros meses do ano. O contato, porém, não repercutiu entre os óbitos.
Nésio afirmou ainda que a Ômicron representou a maior curva de casos em toda a história da pandemia. Com o maior pico de casos na segunda quinzena de janeiro, a expectativa é que os números continuem diminuindo.
O cenário positivo na comparação com semanas anteriores não isenta, no entanto, os capixabas de cuidados com o coronavírus. Para o secretário, a subvariante da Ômicron chama atenção e preocupa autoridades sanitárias.
"O surgimento de uma subvariante da Ômicron chama atenção e preocupa autoridades sanitárias. Ela pode apresentar novas características no que diz respeito à transmissibilidade e também infecção de vias aéreas inferiores, o que pode representar um impacto no número de internações e de óbitos", afirma.
Um estudo feito por pesquisadores japoneses das universidades de Tòquio, Kumamoto, Hokkaido e Kyoto demonstrou que a subvariante BA.2 da Ômicron é mais agressiva que a cepa original.
A pesquisa também aponta que o subtipo parece infectar também as células dos pulmões, o que aumenta o risco de morte. O trabalho ainda não foi revisado por pares.
A "queda sustentada" apresentada pelo secretário Nésio Fernandes nesta segunda deve mudar nas próximas semanas as cores do Mapa de Risco da Covid, ferramenta atualizada semanalmente para mostrar a situação da pandemia em cada cidade do Espírito Santo.
"Nós temos indicadores que são cruzados para o reconhecimento de risco. Por termos tido um número alto de óbitos nas últimas semanas, o impacto do indicador continua afetando a classificação dos municípios. Isso deve fazer com que a partir dos próximos 15 dias, teremos uma redução no risco moderado", apontou.
A redução de cidades em risco moderado significaria mais municípios no risco baixo, da cor verde. A alteração indica que o Estado vive uma situação mais controlada da pandemia, com menor risco de contaminação e menos pessoas internadas com a doença. Atualmente o Estado tem 30 cidades na cor amarela e outras 48 cidades em verde. Não há municípios classificados em risco alto ou risco extremo.
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