Diante da polêmica dos testes de Covid-19 armazenados pelo governo federal que estão perto de perder a validade, a reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) para saber qual a situação atual do estoque de testes em território capixaba.
De acordo com a Sesa, o Estado possui 30 mil testes enviados pelo Ministério da Saúde que vão vencer no dia 19 de dezembro, ou seja, em menos de um mês. No entanto, todo o estoque deve ser usado antes do prazo limite e mais 100 mil testes estão sendo adquiridos pela secretaria.
Em nota, a Sesa explicou que o Laboratório Central (Lacen) analisa de dois a três mil testes diariamente e, com isso, todo o estoque do Ministério da Saúde deve ser usado antes do vencimento.
Para manter o processo de testagem ativo, o Estado confirmou que já está finalização a aquisição de mais 100 mil testes do tipo PCR, mas sem informar quando os mesmos estarão disponíveis.
A discussão em torno do estoque e validade dos testes se dá após a divulgação de que 6,86 milhões de testes RT-PCR para o diagnóstico do novo coronavírus estão em um armazém do Ministério da Saúde na cidade de Guarulhos, em São Paulo, prestes a perderem o prazo de uso. Para se ter uma ideia da perda, que pode chegar a R$ 290 milhões, apenas cinco milhões de testes deste tipo foram realizados no país até o momento da pandemia.
De acordo com informações da Agência Estado, a responsabilidade pelo prejuízo que se aproxima virou um jogo de empurra entre o Ministério da Saúde, de um lado, e Estados e municípios, de outro. Isso porque a compra é feita pelo governo federal, mas a distribuição só ocorre mediante demanda dos governadores e prefeitos.
Enquanto o governo federal diz que sua parte se resume a comprar, estados e municípios alegam que o Ministério da Saúde entregou material incompleto e se queixam da falta de capacidade para processar as amostras e de liderança da pasta nesse processo.
Procurada, a Sesa confirma que teve problemas na aquisição de testes para o Espírito Santo. Tanto kits de amplificação quanto de extração automatizada são solicitados mensalmente ao Ministério da Saúde, no entanto, durante a pandemia, só houve envio dos testes para amplificação e não para extração, afirma.
No entanto, a Sesa nega que esteja havendo um desabastecimento. Para tanto, adquiriu até o momento 80 mil testes de PCR e está finalizando um novo processo de aquisição de mais 100 mil testes do mesmo tipo.
"Os kits mais estratégicos no momento são os de extração automatizada de RNA, e o estado adquiriu com recursos próprios kits suficientes para 100 mil amostras", afirma.
A Sesa esclarece ainda que planeja uma ampliação de testagem entre 3.500 a 4.000 testes diários no Estado. No entanto, com a escassez de insumos no mercado mundial isso ainda não foi possível.
Durante o curso da pandemia, os critérios de testagem foram ampliados pelo Ministério da Saúde, o que fez com que o número de testes realizados aumentassem. No início eram testados pacientes graves, profissionais da saúde, da segurança e pessoas do grupo de risco.
Mas, a partir da publicação da Portaria 184-R, no fim de setembro, um grupo maior de casos passou a ser testado. A testagem foi ampliada para todos os contatos intradomiciliares (sintomáticos e assintomáticos) dos casos confirmados de Covid-19 que passaram a ser testados pelo método RT-PCR em tempo real, em até 48 horas, a contar da data do resultado do caso considerado índice, ressalta a secretaria.
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