Depois de assistir a uma queda na pressão hospitalar no início do mês, o número de internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) voltou a crescer no Espírito Santo. Nesta quinta-feira (25), são 503 pacientes graves ou gravíssimos, lutando contra o novo coronavírus para sobreviver.
Desde o dia 28 de janeiro que o Estado não registrava mais de 500 pessoas hospitalizadas nessas condições. Os dados são do Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que leva em conta as vagas locais disponibilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Vale lembrar que a marca registrada há exatamente um mês foi a maior desde o primeiro pico da pandemia, em julho do ano passado – e que durante cinco meses (abril, maio, setembro, outubro e novembro), o Estado conseguiu sempre ter menos de 500 internados em leitos de tratamento intensivo.
De acordo com especialistas, o impacto nas internações pode ser sentido após duas semanas de restrições mais severas ou de aglomerações excessivas. Ou seja, o crescimento atual pode ser apenas o início das consequências das festas clandestinas e demais imprudências durante o período de Carnaval.
No início deste mês, o secretário Nésio Fernandes já havia alertado sobre o risco da queda de internações ser interrompida devido à desobediência da população aos protocolos de distanciamento social e à própria sazonalidade da doença, a partir de março. Expectativas que continuam existindo.
"É difícil prever se o aumento vai continuar nos próximos dias ou semanas. Mas vale destacar que de março a maio há um período de incremento de casos de doenças respiratórias: influenzas, H1N1, bronquiolites e a própria Covid-19. Trabalhamos com essa perspectiva", ratificou o subsecretário Gleikson.
Diante desse cenário e com o objetivo de continuar garantindo o atendimento a todos os infectados pelo novo coronavírus, a Secretaria Estadual de Saúde publicou a atualização de um chamamento público no Diário Oficial do Estado dessa quarta-feira (24). Por meio dela, a pasta espera poder ampliar a rede assistencial.
"Em maio do ano passado, nós realizamos o primeiro edital para a contratação de serviços de hospitais particulares e filantrópicos. Depois, nós publicamos o segundo e, agora, uma atualização. É importante ressaltar que já temos contratualizações com o Hospital Santa Mônica e com o Hospital Vila Velha", explicou Gleikson.
"Com a atualização, são mais 232 leitos de UTI e 365 leitos de enfermaria. Porém, essa segunda fase da expansão será feita de forma gradativa, conforme a necessidade. Se não houver um aumento da demanda, não faz sentido realizar contratos", esclareceu o subsecretário estadual de regulação, controle e avaliação em saúde.
Sem arriscar dizer se as vítimas da Covid-19 serão ainda mais numerosas na segunda onda, se comparada à primeira, ele admitiu que a Sesa trabalha com essa possibilidade. Por outro lado, lembrou que os profissionais já sabem lidar com a doença, que as medidas de prevenção já são conhecidas e que a vacinação já está sendo feita.
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