Pesquisadores do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), iniciaram um estudo para investigar a resposta imunológica do organismo humano ao coronavírus ao longo do tempo.
A pesquisa quer saber se após serem infectadas e se curarem da Covid-19, as pessoas se tornam imunes à doença. Ainda não existe uma resposta científica exata para esta dúvida, que paira na cabeça de muitos diante da pandemia da Covid-19.
"Essa pesquisa é importante para saber se as pessoas que adquiriram a doença estarão efetivamente imunes, porque é uma informação que ninguém sabe ainda, disse o gerente de Ensino e Pesquisa da Ufes, José Geraldo Mill.
Iniciada em 18 de junho, a pesquisa terá duração de seis meses. Ao longo desse tempo, amostras de sangue serão colhidas de profissionais da saúde da própria Ufes que já foram infectados pelo vírus.
O objetivo, segundo Mill, é avaliar a quantidade de anticorpos, ou seja, de moléculas de defesa criadas pelo organismo para combater o coronavírus, ao longo do tempo.
"Estamos recrutando pessoas que estão com contato relativamente permanente com o vírus e que têm uma possibilidade maior de se reinfectar. Logo após a recuperação da fase aguda da doença, vamos medir os níveis de anticorpos no sangue e fazer medidas seriadas ao longo de seis meses para ver como os anticorpos variam ao longo do tempo", explicou o professor.
A pesquisa já conta com mais de 30 profissionais da saúde voluntários, mas a meta é chegar a 200 até o final dos estudos. Além do exame de sangue, também serão feitos testes específicos para avaliar órgãos como os rins, os pulmões e o coração.
A médica Dâmaris Versiani já integra o time de voluntários. Ela retornou ao trabalho recentemente após ficar em isolamento por 15 dias, recuperando-se da Covid-19. Ela ressalta a importância de pesquisas como a que está sendo desenvolvida no Hucam para que as autoridades em saúde possam planejar melhor o combate à pandemia.
"Não só é importante para as pessoas entenderem mais o que é a Covid-19, mas também porque a partir do momento que a gente entende a história da doença, a gente consegue pensar no impacto que ela causou e traçar as medidas preventivas, e também planejar melhor a volta das pessoas ao seu trabalho às suas atividades", pontuou.
Assim que uma vacina contra a Covid-19 for testada e disponibilizada, os pesquisadores da Ufes também pretendem comparar os anticorpos produzidos naturalmente por quem já teve a doença com os anticorpos daqueles que forem vacinados.
Com informações do G1 ES
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