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Covid-19: medicamento colchicina pode acelerar recuperação, diz estudo

Covid-19: medicamento colchicina pode acelerar recuperação, diz estudo

Pesquisa afirma que o anti-inflamatório seria capaz de reduzir o tempo de internação de pacientes. Estudo clínico foi realizado com 38 pacientes, em Ribeirão Preto

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 17:01

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Remédio, cloroquina
Anti-inflamatório é apontado por estudo da USP como promissor no tratamento da Covid-19. (Pixabay)

Um medicamento anti-inflamatório conhecido no uso para tratamento da gota, chamado colchicina, vem sendo apontado como promissor para tratar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, após estudo clínico realizado com 38 pacientes do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Em matéria publicada pelo portal UOL, no último dia 14, o remédio é citado como de baixo custo, custando cerca de R$ 30 por paciente, e como eficaz no combate à inflamação pulmonar. Segundo publicação da revista Veja, o artigo foi divulgado no dia 12 de agosto em uma plataforma de análises científicas.

A pesquisa referida, de acordo com o UOL, afirma que o remédio seria capaz de reduzir o tempo de internação de pacientes, podendo acelerar a recuperação. Apesar dos benefícios, a medicação deve apenas ser administrada em ambiente hospitalar e mediante orientação médica.

Para o médico infectologista Lauro Ferreira Pinto, o uso do remédio deve ser visto com cautela. "Eu já tinha visto o trabalho feito em Ribeirão Preto (SP), que na verdade usou colchicina na fase inflamatória da Covid, que também é quando o corticoide é usado. Vem sendo usado em todo o Brasil a dexametasona, em pacientes internados com falta de oxigênio. O trabalho de Ribeirão Preto traz a ação da colchicina, mas com um número pequeno de pacientes e, em medicina, o estudo sempre tem que ser repetido, publicado. É interessante que tenha aparecido mais uma droga anti-inflamatória, mas não sei ainda se acrescenta algo aos corticoides e se vem sendo reproduzido em outros lugares", afirmou.

No mesmo sentido, a infectologista Rúbia Miossi ponderou que mais testes precisam ser realizados. "É um estudo bem conduzido porém muito pequeno. Os benefícios precisam ainda ser confirmados em um estudo maior e que inclua pacientes graves na UTI ou que, pelo menos, não exclua os que evoluem para UTI. De todo modo, é uma boa notícia termos mais um medicamento anti-inflamatório que tem o potencial de melhorar a fase inflamatória. Se isso se confirmar, será muito bom", disse.

PACIENTES PUDERAM VOLTAR PARA CASA MAIS CEDO

Ainda de acordo com matéria veiculada pela UOL, o estudo brasileiro que pesquisa a ação da colchicina apontou que os voluntários tratados com o medicamento ficaram livres da suplementação de oxigênio cerca de três dias antes que outros pacientes que seguiam o protocolo tradicional e que puderam voltar para casa em menos tempo.

O método utilizado, de acordo com publicação da Veja, foi o estudo randomizado duplo cego, conhecido pela confiabilidade entre os cientistas, tendo sido realizado entre os dias 1º de abril e 6 de julho. Do total, 35 pessoas foram analisadas durante todo o período de internação. Dezoito deles receberam placebo e outros dezessete receberam a colchicina. Pacientes que deram entrada na UTI foram retirados do estudo.

PRINCIPAIS RISCOS

Para Lauro Ferreira Pinto, como um anti-inflamatório, a colchicina deve ser usada com critério. "O efeito colateral mais comum dela é a diarreia, mas, em longo prazo, pode causar alterações de neuropatia periférica, dormência, fraqueza nas pernas e alterações em leucócitos, plaquetas, alterações musculares e até mesmo hepáticas. Então deve ser usada com cautela", alertou.

Em matéria divulgada pela BBC nesta terça-feira (18), os riscos apontados, além dos já citados, incluem sintomas que variam desde gastrointestinais, como náuseas e vômitos, em um estágio inicial, até queda de pressão, dificuldade respiratória, insuficiência renal, lesão hepática e morte, em uma fase subsequente. Desse modo, o uso pode levar à morte, quando há overdose, pela toxicidade do medicamento, sendo que, inclusive, casos de superdosagem acidental já ocorreram.

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