Não há confirmação de casos de transmissão da cepa indiana (B.1.617) do novo coronavírus em circulação no Espírito Santo. Ela foi identificada em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que está próximo a um porto de São Luís, no Maranhão. Mas o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, alerta para a presença de outras cepas em circulação em solo capixaba e que são perigosas, principalmente para os jovens, como é o caso das variantes inglesa e a P.1.
Em coletiva na manhã desta sexta-feira (21), Nésio acrescentou que o Estado está preparado para enfrentar a pandemia com as estratégias que estão sendo atualizadas constantemente. Informou ainda que já foi iniciado o cruzamento do banco de dados dos passageiros de transporte rodoviário, e que seis empresas já estão fazendo a alimentação regular das informações.
Um total de cem passageiros, segundo Nésio, já foram notificados por terem tido contato com pessoas que viajaram no período possível de transmissão do vírus no transporte coletivo. “Eles receberam a notificação para procurarem uma unidade de saúde e realizarem a testagem”, explicou.
Em relação aos portos e aeroportos, informou que a responsabilidade de fiscalização é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde. “Não é de competência ou atribuição do Espírito Santo o monitoramento destes estabelecimentos”, disse.
D acordo com o secretário, o risco da cepa indiana é preocupante pela alta transmissibilidade e por ainda não se ter certeza se ela tem alguma forma de escape das vacinas atuais.
No Espírito Santo, explicou Nésio, o sequenciamento genético realizado pela Fiocruz aponta predomínio da circulação das variantes originais de 2020: B.1.1.28, a B.1.1.33 e a P.2. “Também foi confirmado achados da variante inglesa e da P.1. Cepas com maior transmissibilidade e mortalidade, mas que pelo perfil das pessoas internadas e do comportamento da transmissão, ainda não assumiram o predomínio no Espírito Santo”, destacou Nésio.
As interações sociais de fim de ano e do carnaval, segundo Nésio, foram determinantes para a terceira onda da Covid-19 no Espírito Santo. Destaca que o Estado e o país ainda não possuem a imunidade coletiva e alerta para a possibilidade de uma quarta onda, caso os cuidados não sejam adotados pela população.
O cuidado deve ser ainda maior em relação aos jovens, cuja contaminação pode vir a refletir em aumento da taxa de ocupação de leitos de UTI para o patamar de 90%, como observado em meses anteriores. O secretário lembra que uma das variantes que circulam em solo capixaba, a P.1, é mais agressiva e afeta os mais jovens.
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