No dia em que o Espírito Santo registrou um novo recorde de mortes causadas pelo novo coronavírus, em um período de 24 horas (36), a demanda por leitos de UTI nos hospitais públicos e privados ainda é crítica. Em todo o Estado, nesta terça-feira (02), a taxa de ocupação é de 82,43% dos 575 disponíveis. A situação é mais grave na Região Metropolitana, que alcançou o percentual de 89,40% dos 415 espaços disponíveis em UTI com pacientes.
Em relação à segunda-feira (01), houve uma queda muito pequena na ocupação na Região Metropolitana, que concentra cerca de 60% dos casos: havia 90% dos leitos ocupados e agora 89,40%.
A taxa de ocupação de leitos na UTI é um fator de vulnerabilidade para a determinação de medidas mais rígidas, como o chamado lockdown (isolamento total). Segundo a matriz de risco adotada pelo Espírito Santo, se o sistema de saúde atingir a marca de 91% de ocupação dos leitos de UTI, alguns municípios passarão a ser enquadrados no risco extremo de transmissão do coronavírus. Desta maneira, atividades comerciais, de serviço e algumas indústrias deverão suspender totalmente as atividades.
Na manhã desta terça-feira (02), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, disse em entrevista à jornalista Fernanda Queiroz, da CBN Vitória, que os prefeitos capixabas têm autonomia para decretarem o fechamento total, o chamado lockdown, nas respectivas cidades. "Os prefeitos são autônomos para decretar o risco extremo. Já tivemos casos no ES de municípios que fizeram", disse, se referindo as cidades de Boa Esperança, Ecoporanga e Água Doce do Norte, que já passaram por esse estágio em decorrência do novo coronavírus.
Na fala, o chefe da Sesa deixou claro que os municípios independem do Estado para decretarem o fechamento total, porém ressalta que o ideal é que a ação seja implementada de forma conjunta para maximizar o isolamento social. "O ideal é que o risco extremo seja decretado em modo regional. Não adianta decretar lockdown em Vitória e manter as atividades em Vila Velha, com a população indo à Praia da Costa", salientou o secretário na entrevista.
Mesmo com a afirmação do secretário, os prefeitos da Grande Vitória afirmam que vão aguardar uma decisão única por parte do Governo do Estado.
Dentre os hospitais públicos, a situação é mais crítica nas seguintes unidades: Hospital Dr. Roberto Arnizaut Silvares (HRAS), em São Mateus, com 2 vagas de UTI; Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, com 2 vagas; Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim (HSCMCI), Cachoeiro de Itapemirim, com 2 vagas; Hospital Geral de Linhares, Linhares, sem vagas; Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), Vitória, sem vagas.
E ainda o Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), Vila Velha, sem vagas; Hospital São Francisco, em Cariacica, sem vagas; Hospital Santa Mônica, Vila Velha, com 1 vaga; Hospital Vila Velha, Vila Velha, sem vagas.
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