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Covid-19 no ES: 14 leitos liberados e número vai aumentar nos próximos dias

Covid-19 no ES: 14 leitos liberados e número vai aumentar nos próximos dias

Com a estabilização da taxa de ocupação nos hospitais, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) direciona a oferta para atender outras doenças

Publicado em 28 de julho de 2020 às 20:35

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Serra - ES - Hospital Dório Silva
No Hospital Dório Silva, na Serra, foram liberados 14 leitos da Covid-19 para outras doenças. (Vitor Jubini)

Com a estabilização da taxa de ocupação dos leitos de uso exclusivo por infectados com a Covid-19, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) inicia o processo de reversão do perfil hospitalar da rede própria, direcionando vagas para o atendimento a pacientes com outras doenças. A semana começou com a liberação de 14 leitos de UTI e o volume será ampliado já nos próximos dias.

As primeiras unidades foram liberadas no Hospital Dório Silva, na Serra, que ainda mantém outros 16 leitos de terapia intensiva exclusivamente para pessoas com coronavírus. Até a sexta-feira (31), a Sesa estima reverter vagas também do Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, mas ainda não fez a projeção da quantidade.  O Estado tem hoje 1.465 leitos exclusivos para a Covid-19, somando UTI e enfermaria, inclusive a oferta da rede particular e filantrópica pelo Serviço Único de Saúde (SUS). 

MARGEM DE SEGURANÇA

Para conseguir redirecionar os leitos a outras demandas que não sejam relacionadas à Covid-19, a Sesa está se orientando pela taxa de ocupação. Se o indicador não chegar  à marca de 80%, é possível liberar novas vagas. Nesta terça-feira (28), tanto enfermaria (58,53%) quanto UTI (73,08%) oferecem condições para a reversão do perfil hospitalar. 

"Estamos iniciando a migração de forma cautelosa, prudente, mas muito robusta de leitos antes destinados para Covid para atender outras doenças. Essa migração terá de 70 a 80% como margem de segurança e, à medida que essa ocupação for caindo, vamos migrar os leitos. Começamos pelo Dório Silva, iremos fazer no Bezerra de Faria e, gradualmente, faremos em outras unidades hospitalares também", destacou o secretário da Saúde, Nésio Fernandes, em vídeo.  

A migração, afirma Nésio Fernandes, está começando pelos leitos não habilitados pelo Ministério da Saúde, ou seja, aqueles que não receberam recursos federais para sua manutenção. "De maneira que a gente consiga, ainda enfrentando a pandemia que  não acabou, também atender pacientes atingidos por outras doenças."

ATÉ O FINAL DA PANDEMIA

Questionado sobre o hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, que foi definido como referência na rede pública para os casos de Covid-19, Nésio Fernandes explicou, também em vídeo, que os 250 leitos de UTI da unidade estão habilitados pelo Ministério da Saúde. Além de ser contemplado com o recurso federal, o secretário observa que o hospital vivencia uma curva de aprendizagem importante no manejo de pacientes com coronavírus e, por essas condições, será preservado como referência até o final da pandemia. 

A Sesa acrescenta que a rede hospitalar vai ser ajustada conforme o comportamento da Covid-19 no Estado. Com a migração de leitos para outros perfis clínicos, a taxa de ocupação acabará subindo. Mas, enquanto o indicador estiver dentro da margem de segurança de até  80%, novas vagas poderão ser liberadas. "Somente uma nova onda de casos que possa elevar a pressão por serviços hospitalares será capaz de nos fazer rever novamente o perfil das unidades", aponta o secretário, por meio da assessoria.

Na ponta do lápis, explica Nésio Fernandes, a conta é a seguinte: se o indicador chegar a 80%, a Sesa amplia os leitos para Covid-19, se estiver mais perto de 70%, a expansão será de leitos não-Covid. A meta, segundo ele, é ficar em torno de 75% para atender bem as demandas dos dois lados.

alteração no perfil de hospitais públicos foi feita no início de abril para ampliar a capacidade do Estado em atender pacientes com a Covid-19, num momento em que o número de casos e mortes ainda crescia em ritmo lento. O Dório Silva, por exemplo, que passou a dar suporte ao Jayme Santos Neves no atendimento da doença, deixou de receber vítimas de grandes traumas - serviço que ficou concentrado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) - antigo São Lucas, em Vitória. 

Em relação à oferta de vagas exclusivas para a Covid-19, nas parcerias firmadas pelo governo do Estado, a assessoria da Sesa informa que a contratação dos hospitais privados poderá ser prorrogada por 30 dias e, com os filantrópicos, não terá alteração.

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