Depois de três crescimentos consecutivos, o número de óbitos causados pelo novo coronavírus voltou a apresentar queda no Espírito Santo. Na primeira quinzena deste mês, foram divulgadas 306 mortes – 87 a menos que no mesmo período de janeiro, o equivalente a uma redução de 22,1%.
Apesar da diminuição, a quantidade de vidas perdidas para a Covid-19 segue alta no Estado. Neste início de fevereiro mais de 20 pessoas morreram por dia. Em números absolutos, essa quantidade é a sexta maior registrada em toda a pandemia, que já dura quase um ano.
Vale lembrar que os dados utilizados pela reportagem se baseiam nas atualizações diárias do Painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Ou seja, não representam, necessariamente, as mortes ocorridas na primeira quinzena de cada mês, mas aquelas divulgadas durante esses períodos.
Além disso, é importante ressaltar que neste início de fevereiro houve o "feriadão" de Carnaval, entre o sábado (13) e a Quarta-feira de Cinzas (17). Em datas como essa, o expediente de diversos serviços – incluindo os de saúde – são afetados e o número de notificações relativas à pandemia acaba diminuindo.
Neste sentido, o subsecretário Luiz Carlos Reblin explicou que o Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES) tem investigado de quatro a cinco óbitos por dia, sendo "talvez o número mais baixo desde o início da pandemia". Ainda assim, ele alertou que "é natural que algum óbito não tenha sido informado no feriado".
Somado a essa compensação esperada para os próximos dias, há o temor de que as aglomerações verificadas durante o período de Carnaval – incluindo bailes clandestinos e dezenas de irregularidades na Grande Vitória – afetem a tendência de queda nas mortes, consolidada a partir do final de janeiro no Estado.
Em um comportamento semelhante ao de óbitos, os casos confirmados da Covid-19 também apresentaram queda na primeira quinzena de fevereiro. Foram pouco mais de 17 mil diagnósticos positivos, contra quase 25 mil no mesmo período de janeiro – uma redução de 30,7% e a segunda queda consecutiva.
Entretanto, o total de confirmações da doença é o quarto maior de toda a pandemia no Estado e poderia ser ainda maior se não fosse a grande desistência verificada em testes agendados e a perigosa naturalização dos sintomas, conforme relatado pela própria Secretaria Estadual de Saúde.
Na coletiva desta quarta-feira (17), o secretário Nésio Fernandes também admitiu que há um "prejuízo nos casos confirmados em virtude do período prolongado de Carnaval" já que "o acesso à testagem é prejudicado devido a viagens e à redução de contribuintes nos serviços de saúde".
Para a análise correta dos dados ainda é necessário considerar que os contatos intra domiciliares de quem testou positivo já voltaram a ser testados, independentemente de sintomas, idade ou comorbidades. Esse protocolo havia ficado suspenso entre o final de novembro e meados de janeiro.
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