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Covid-19: nove erros de higienização que as pessoas ainda cometem

Covid-19: nove erros de higienização que as pessoas ainda cometem

Além de manter o distanciamento social e usar a máscara, ações como a limpeza de objetos e compras podem reduzir as chances de contágio do coronavírus

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 16:08- Atualizado há 4 anos

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Além do álcool em gel, a máscara descartável é muito buscada por supostamente proteger contra o novo coronavírus.
Álcool 70% e máscara são os principais aliados na luta contra o coronavírus. (Tai's Captures/ Unsplash)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]

Uso obrigatório de máscara, desinfecção de chaves e compras do supermercado, beijos e abraços proibidos entre amigos e familiares. Esses "protocolos de sobrevivência" eram inimagináveis até o início de 2020, quando a pandemia do coronavírus inaugurou um ciclo de novos hábitos. Quase um ano após a chegada do vírus, no entanto, ainda há gente que comete erros de higienização. E é aí que mora o perigo.

Segundo os especialistas em prevenção e saúde, a vacina é o melhor meio de prevenção. Mas, enquanto a imunização não está disponível para toda a população, é essencial redobrar a atenção com as medidas preventivas. 

“Muitas pessoas imaginam que estejam seguras porque estão constantemente utilizando álcool e lavando as mãos, mas é preciso ter ainda mais cuidados para garantir a própria saúde e a dos outros. Não adianta passar um paninho com álcool por cima das compras, por exemplo, porque o coronavírus pode estar presente nas reentrâncias das embalagens”, orienta Mário Guedes, que é  doutor em Ciências Biológicas e coordenador dos cursos de limpeza profissional da Fundação de Asseio e Conservação, Serviços Especializados e Facilities (Facop).  

CONFIRA AS DICAS

1 - LIMPEZA DO CELULAR

Não é só por causa da Covid-19 que o celular se tornou um objeto com altas taxas de contaminação. De acordo com um estudo feito na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, um aparelho celular pode ter 10 vezes mais bactérias que o assento sanitário. No entanto, com a pandemia, a higienização dele deve ser reforçada. 

Segundo o doutor em Ciências Biológicas, Mário Guedes, "o indicado é não falar ao telefone de máscara porque a parte externa da máscara é onde existe a contaminação. Se você encosta o celular nela e, mais tarde, no seu rosto, pode estar se contaminando".

Mulher de máscara facial em casa olhando o celular
Falar ao celular usando máscara não é recomendável, alerta especialista. (Freepik)

2 - DESINFECÇÃO DE ALIMENTOS

Todos os alimentos comprados nas feiras ou nos supermercados devem ser higienizados. Por terem sido manipulados diversas vezes até chegarem à mão e à mesa do consumidor, não é possível identificar quais produtos ou embalagens estão contaminados com o vírus.

De acordo com o farmacêutico bioquímico Rodrigo Alves do Carmo, "as partículas virais podem se depositar sobre as superfícies, permanecendo viáveis por algumas horas ou dias, dependendo das características de cada uma", destaca.

A utilização de produtos de limpeza na desinfecção de alimentos pode ser perigosa à saúde se feita indevidamente
As compras devem ser higienizadas ao chegar em casa. (Divulgação/Agência Brasília)

3 - AO ENTRAR NA RESIDÊNCIA

Teoricamente sua casa está livre do vírus, a menos que você a contamine. Por isso, o cuidado deve ser para que ele não passe da porta. Mas como fazer isso? Para impedir a contaminação de objetos, cômodos ou até mesmo de outros moradores, especialistas orientam a criação de um espaço específico no imóvel para deixar sapatos, adereços como relógios e joias e roupas. 

4 - CUIDADO COM OS CALÇADOS

Diferentemente do que muitos acreditam, os sapatos não são grandes transmissores de coronavírus, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, tapetes higiênicos não funcionam porque, geralmente, o líquido utilizado neles é desativado pela sujeira. 

“O desinfetante desses tapetes não vai agir da maneira correta porque não tem o tempo necessário de contato com os sapatos e dificilmente estará com a diluição adequada”, explica Mário Guedes. 

Sapatos organizados em uma prateleira
Calçados devem ser higienizados após o uso. (Engin Akyurt/Pexels)

5-  ATENÇÃO NOS ESPAÇOS DE TRABALHO

O problema dos espaços de trabalho é o volume de pessoas que os frequentam. Todos precisam ter cuidado com tudo o que entra nesses ambientes, assim como acontece em casa.

“Não adianta tirar a mochila, colocar no chão do carro - onde pisou ou colocou as compras – e, depois, levar a mochila para o espaço de trabalho. Tudo o que entra nesse espaço pode ser contaminante: chave de carro, mochilas, bolsas, sacolas”, alerta Guedes.

Além de aumentar o intervalo entre as consultas, médicos adotaram o uso de álcool em gel para pacientes e funcionários
Evitar contágio no ambiente de trabalho deve ser um esforço coletivo. (Freepik)

6 - MANUSEIO DE DINHEIRO E CARTÃO

Dinheiro, cartões e outras formas físicas de pagamento são grandes fontes de contaminação. Por esse motivo, é preciso higienizar as mãos antes e depois de pegar nas cédulas ou cartões.

“O papel retém o coronavírus por um longo período de tempo. Há pesquisas que falam em 48 horas, 72 horas ou até mais tempo, como uma semana. O melhor é não utilizar o cartão e, se utilizar, higienizá-lo antes de colocar de volta na carteira", orienta Guedes.

Dinheiro, notas, auxílio emergencial, pagamento
A dica é usar álcool antes e depois de tocar na cédula. (Siumara Gonçalves)

7 - USO E LAVAGEM DE MÁSCARA

Embora as máscaras já façam parte do cotidiano da maioria das pessoas, muita gente ainda não sabe a forma correta de usá-la e, principalmente, de fazer a higienização dessas peças. 

Em primeiro lugar, o professor lembra que o tecido escolhido precisa ser o correto. "Mesmo com o verão chegando, tecidos muito finos ou máscaras sem camada dupla não garantem proteção alguma contra o coronavírus", ressalta.

Produzir máscaras de pano vira alternativa para sobreviver a crise
Máscaras de pano reduzem chances de contágio do coronavírus. (Danielle Lameri Cuz Silva)

8 - MEIOS DE TRANSPORTE

Se abrir a porta e tocar no volante, no câmbio, no rádio, entre outros lugares, sem higienizar as mãos, a pessoa está espalhando contaminação nessas superfícies do automóvel. Os cuidados no ônibus também são essenciais e, principalmente, o uso de máscara.

“O segredo é higienizar as mãos a cada passo. Antes de pegar na chave, depois de abrir a porta, antes de sair do carro e depois de fechar a porta”, diz o coordenador dos cursos da Facop.

Use álcool isopropílico 70% ou multiuso APC para higienizar volantes e maçanetas internas
Tenha álcool 70% no veículo. (Freepik)

9 - RISCOS EM ESPAÇOS COLETIVOS

Os espaços pelos quais passam muitas pessoas todos os dias oferecem muitos riscos de contaminação pelo coronavírus. Nesses lugares, não se pode abrir mão do distanciamento social e da máscara

Mesmo na pandemia, bares e restaurantes estavam lotados no domingo de eleição
Uso de máscara e distanciamento social devem ser respeitados. (Maria Fernanda Conti )

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