Até o final do mês de maio, o número de mortes pelo novo coronavírus, no Espírito Santo, podem chegar a 629 no cenário mais crítico da pandemia. É o que aponta um estudo elaborado pelo Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), com a ajuda de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
Nesse mesmo contexto, o número de casos da doença poderia chegar a 14.699, mais do que o dobro do que foi registrado nesta segunda-feira (18), quando o Estado registrou, oficialmente, 302 óbitos e 7.157 doentes.
O estudo leva em conta o número de casos e mortes que foram confirmados por intermédio de exames. Para o cálculo foi considerado uma taxa de letalidade da doença de 4,3%, com dados atualizados dos casos até o último dia 13 de maio.
A partir das informações, foram projetados dois cenários: um deles, considerado mais crítico, registraria entre 481 e 629 mortes no dia 30 de maio. Num segundo cenário, mais ameno, oscilaria entre 338 e 453 mortes pela Covid-19.
Segundo o pesquisador do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, no Espírito Santo, tanto o número de mortes quanto o de casos tem se mantido em um intervalo entre os dois cenários. Mas faz um alerta: O que as projeções apontam é que estamos em um mês crítico tanto para o Estado quanto para o Brasil, assinala.
A preocupação, segundo Lira, é com a aproximação do inverno, com temperaturas mais baixas. É ainda um período em que, pela série histórica, tem aumento de casos de síndromes gripais. É um período de muita atenção, a fase crítica da doença aliada a um período de síndromes gripais. Precisamos observar o comportamento destes casos, pondera.
Em relação aos casos de Covid-19, o estudo aponta que no cenário mais crítico o Estado registraria entre 11.235 e 14.699 casos confirmados no dia 30 de maio. O documento aponta que este seria um cenário caracterizado por um crescimento intenso de casos.
Na segunda análise, ocorreriam registros entre 7.895 e 10.574 casos, em um cenário mais ameno de disseminação da doença. Também neste caso, segundo o documento, a curva de casos do Estado tem ficado no intervalo entre os dois cenários.
Segundo a contabilização da universidade americana Johns Hopkins, o Brasil é o quarto país com mais casos da doença, aproximando-se rapidamente das estatísticas do Reino Unido, que ocupa o terceiro lugar no ranking global, com 244.995 casos. À frente, estão apenas a Rússia (281.752) e os Estados Unidos (1.486.376), segundo informações do jornal O Globo.
De acordo com Pablo Lira, o Brasil tende a superar o Reino Unido. Caminhamos para ser o novo epicentro da doença no mundo e já somos na América Latina, observa.
Os dados mundiais sobre o Brasil são importantes, destaca Lira, pois uma vez que se o País enfrentar dificuldades, todos os estados serão afetados. Já temos situações criticas em São Paulo e Minas Gerais, este último com muita subnotificação. E se o Brasil colapsar e outros estados tiverem dificuldades, é provável que o Espírito Santo sofra demanda de outras unidades da federação.
Lira destaca que, em situações normais, o sistema de saúde capixaba já recebe demandas do Leste mineiro, Sul baiano e Norte fluminense. O cenário crítico vai até a primeira quinzena de junho, acrescenta.
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