Eles caminham pelas várias recepções e corredores do hospital com uma palavra de apoio e solidariedade. Cantam uma música, fazem uma oração e oferecem assistência, principalmente aos que aguardam o momento de receber o boletim médico dos familiares internados com Covid-19.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o serviço de capelania do Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, passou a ser destinado aos familiares de pacientes que se encontram internados na unidade hospitalar.
É o momento em que o coração está mais apertado, como relata Vanderlei Boldt, ministro ordenado da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, e um dos capelães do hospital. “Com as restrições da pandemia, e de nem sempre podermos auxiliar os pacientes, o serviço foi ampliado para o atendimento para os familiares e funcionários”, explica.
O trabalho conta com o apoio de Sabrina Montuan, pastora da Igreja Metodista do Brasil e também capelã do hospital e de seu inseparável violão. “Proporcionamos um momento de meditação, com uma música, para terem a sensação da presença de Deus e o conforto, o apoio, o fortalecimento espiritual em um momento de luta e tristeza”, relata.
Muitos chegam na expectativa de notícias mais positivas, mas a realidade, às vezes, é dolorosa, conta Boldt, que atua no hospital praticamente desde que ele foi inaugurado. O Dr. Jayme Santos Neves é uma das unidades públicas que se destina exclusivamente ao atendimento da Covid-19 no Espírito Santo.
Para Kátia Magda Seibel, cujo marido está internado na unidade há uma semana, é um grande conforto. “A gente chega aqui muito debilitado, fragilizado, muito vulnerável, em um momento difícil para todos, e nos dão o conforto”.
Ela, que é católica, relata que o momento de receber o boletim médico é sempre marcado por apreensão. “Você fica apreensivo, não sabe o que vai receber, e eles nos dão apoio”, conta.
Não é diferente para Daniel Cesario Pereira, que perdeu a mãe em novembro para a Covid-19 e luta ainda com a internação do pai, pela mesma doença, há uma semana. “A gente sofre demais. E o louvor sempre ajuda. Não vejo a hora do meu pai ter alta porque é um sofrimento para a família toda. Estou doido para ele chegar aqui fora e colocar a placa de venceu a Covid”, desabafa.
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