Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que acompanham o crescimento dos casos de coronavírus apontam que o Estado pode chegar a 2.073 mortes pela doença até o final de junho. Só no interior, a projeção é de um acumulado de 1.091 óbitos.
Até a última atualização do governo estadual, nesta terça-feira (16), já foram registrados 1.132 mortes pela Covid-19. A projeção considera o cenário em que é mantida a atual taxa de transmissão da doença, que é de 1,6 (quando 10 pacientes infectados transmitem a doença para 16 pessoas).
A gente faz um cálculo para obter a taxa de transmissão da doença e a taxa de letalidade relacionado a esse período e, com isso, a gente faz essas projeções, explicou o matemático Fabiano Petronetto, em entrevista à repórter Gabriela Ribetti, da TV Gazeta.
Se a taxa cair, por exemplo, para 1,3, a projeção cai para 1.743 mortes. Mas, para isso acontecer, é preciso aumentar o isolamento social. É muito importante que nós possamos entender que diminuir a velocidade de transmissão é fundamental. A forma de fazer isso é evitar aglomeração, reforçou a epidemiologista Ethel Maciel, em contato com a repórter Gabriela Ribetti.
A última fase do inquérito sorológico mostrou que a taxa de transmissão no estado caiu em relação períodos anteriores. No final de maio, com uma taxa maior, de 1,7, a estimativa era de que teríamos 1327 mortes em todo o Estado no dia 15 de junho. Como a taxa caiu, o número também foi menor, 1.087.
Mas os pesquisadores destacam que não há o que comemorar, porque o índice de transmissão no interior do estado continua alto. Ele é de 2,1, ou seja, dez infectados transmitem para 21 pessoas, o que pode levar a um acumulado de 1.091 mortos nos municípios do interior até o final do mês.
A gente tem observado nos resultados que já estão disponíveis que em números absolutos os casos confirmados são em grande maioria na região metropolitana de vitória. Mas, quando vc parte para uma questão relativa, a velocidade dos crescimento dos casos confirmados no interior é muito maior. Isso significa que a doença já se instalou no interior e está crescendo com velocidade alta, explicou Petronetto.
O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, também alertou para esse avanço da doença no interior do Espírito Santo.
Nós podemos tratar, inclusive, que temos o comportamento de duas curvas distintas, pelo fato de que o interior tem o comportamento de três semanas aproximadas de atraso em relação ao comportamento da doença na Grande Vitória. No resultado final para o cômputo dos dados no Espírito Santo, pode apontar uma tendência de aumento de casos mesmo tendo uma relativa estabilização em alguns municípios da Grande Vitória, disse em entrevista para a TV Gazeta.
*Com informações do G1/ES
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