A curva que demonstra a evolução no número de casos e mortes por Covid-19 no Espírito Santo segue tendência de queda e, por isso, mais do que o 'mês de transição' indicado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), agosto pode registrar também indicadores próximos do que foi observado no início da pandemia.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, aponta que, com a consolidação da queda nas próximas semanas, o mês pode ser encerrado em um patamar similar ao de abril. Naquele mês, foram 3.901 casos confirmados e 219 mortes por Covid-19. Nestes primeiros dias de agosto, há 1.933 registros de infecção pelo coronavírus e sete óbitos. Vale lembrar que os números diários divulgados pelo governo dizem respeito aos casos confirmados no dia, não necessariamente referentes ao mês atual; entre os 19 óbitos divulgados nesta quarta (05), por exemplo, há diversos casos de julho que apenas agora foram confirmados.
No Painel Covid-19, ferramenta do governo com atualização diária sobre a doença no Estado, já é visível que a curva de casos e mortes aponta para baixo. No entanto, é preciso considerar que, no mês passado, houve flexibilização de atividades e os reflexos dessas medidas serão observados em agosto, uma vez que é necessário um intervalo de até três semanas para novas confirmações.
É por isso, inclusive, que o secretário Nésio Fernandes afirmou, no início da semana, que agosto é o mês de transição, durante o qual será analisada a possibilidade de flexibilizar o funcionamento de mais segmentos - escolas e bares, por exemplo, não podem abrir desde março.
Agora, confirmando-se uma redução sustentada de casos e mortes em agosto, e o retorno de indicadores do início da pandemia, setembro poderá apresentar um novo cenário de contaminação da doença no Estado. Atualmente, o Espírito Santo vivencia a transmissão comunitária, aquela em não é possível identificar a origem do contágio devido à larga disseminação do vírus. A partir do próximo mês, entretanto, a expectativa é que volte ao nível local.
"Quando era a transmissão local, podíamos identificar quem adoeceu e como se infectou. Estamos voltando para essa fase, nos preparando para ela. A curva vai cair, os casos vão diminuir e nós vamos monitorar", frisa Reblin.
O subsecretário explica que nesta nova etapa, será possível delimitar a área de circulação da pessoa que for infectada, identificando, por exemplo, se esteve em contato com outros casos na família, no trabalho, na escola. Depois que a curva diminuir, ressalta Reblin, é assim que a doença será controlada. "Se alguém apresentar sintomas, vamos testar e isolar. Teremos um controle individualizado de cada caso. Tem que ser a nossa expectativa e o nosso trabalho quando baixar efetivamente."
Questionado como será possível chegar à transmissão local se o contágio puder acontecer em um ambiente público, como supermercado, Reblin esclarece que, no momento que o patamar de transmissão do coronavírus estiver muito baixo, serão poucos os casos de Covid-19. Assim, segundo ele, haverá condições de determinar de onde partiu a contaminação considerando as interações da pessoa infectada.
"Vamos conseguir fechar a investigação da transmissão daquele caso e tomar as medidas para evitar a propagação da doença", frisa o subsecretário.
Mesmo com uma análise positiva sobre o comportamento da Covid-19 no Estado, as projeções não indicam o fim da pandemia e medidas de segurança, como distanciamento social e uso de máscara, continuam indispensáveis, sinaliza Reblin.
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