Um projeto da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) trabalha para concluir um estudo que deve possibilitar resultado dos testes para a Covid-19 em 15 minutos. Diferente dos testes já disponíveis, a tecnologia envolve espectroscopia de infravermelho coletado na saliva. Segundo pesquisadores, a técnica é de baixo custo e não invasiva. A iniciativa da Ufes acontece com a colaboração de outras universidade do Brasil e uma da Inglaterra.
Após a coleta, realizada no Hospital Universitário, por meio de um cotonete estéril, também conhecido como swab, o material é analisado por um software capaz de identificar alterações feita pelo vírus no corpo humano. A luz infravermelha interage com as estruturas moleculares da amostra, gerando um sinal.
Durante o CBN Cotidiano, da Rádio CBN Vitória, desta quinta-feira (18), aos jornalistas Fábio Botacin e Lucas Valadão, o médico e professor da Ufes, José Geraldo Mill, conta que o estudo está sendo elaborado a partir de materiais dos pacientes que testam positivo e negativo para o novo coronavírus.
"Estamos coletando materiais de quem tem e quem não tem o vírus para que os profissionais ensinem o software a identificar os sinais de uma presença do vírus. Modificações que sejam características do vírus", relata.
O professor ainda diz que o equipamento para a identificação da presença do vírus custa cerca de R$ 7 mil. Segundo Mill, não se pode concluir sobre uma maior margem de acerto, já que "nenhum teste é 100% seguro". A diferença é que o infravermelho é mais simples e pode ser aplicada, caso tenha sucesso, para outras doenças, como influenza.
Segundo o médio, o projeto "nasceu antes da pandemia". Um grupo com mais de 10 colaboradores da Ufes "trabalha com testes de diagnóstico. Todos voltados para a identificação de uma molécula", explicou.
Responsável por milhares de mortes no Brasil, a pandemia do novo coronavírus, desde o início do seu avanço, tem gerado uma ansiedade por uma vacina e uma forma de imunização.
Diante do medo de ter ou não contraído o vírus, podendo colocar outras pessoas em risco, os testes, mesmo que com preço alto, são procurados por parte da população. A alta demanda preocupa entidades de saúde e governos, que não estão preparados para um programa de alta testagem, recomendado ao redor do mundo.
Segundo José Geraldo Mill, o projeto pode "diminuir a sobrecarga" quanto a procura do RT-PCR.
Sobre as mutações do vírus, que afetou grande parte do mundo, o médico alerta para suas variações.
"O espectro da doença é muito variável. Ele pode ser considerado com alta capacidade de infecção e o que chamou atenção é o tempo de permanência da partícula, seja no ar ou em superfícies. É uma doença novo e que conhecemos muito pouco", completou.
Ao passo que amostras são contabilizadas, a equipe de informática trabalha para adaptar o software ao objetivo do projeto. Segundo José Geraldo Mill, dentro de um mês, o sistema de tecnologia será finalizado. A conclusão não garante a testagem imediata.
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