Novo imunizante contra a Covid-19, a vacina Serum já está disponível no sistema de saúde capixaba desde dezembro e promete eficácia comprovada de 90% contra casos sintomáticos em adultos. Novidade no Brasil, mas velha conhecida dos Estados Unidos e do Reino Unido, a vacina, distribuída pelo Ministério da Saúde, é voltada para aplicação em pessoas a partir de 12 anos, faixa etária aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e também pode ser usada em idosos e gestantes.
O imunizante, fabricado pelo Instituto Serum, da Índia, além de ter apresentado bons resultados nos testes de eficácia e segurança, tem um prazo maior de validade e pode ser transportado e conservado de forma mais simples se comparado a outras vacinas como Pfizer e AstraZeneca, por exemplo, que carecem de temperaturas entre −90 °C e −60 °C. A Serum, por sua vez, pode ser conservada sob refrigeração de 2 °C a 8 °C.
No Brasil, a vacina foi registrada em janeiro pela Anvisa e, segundo o órgão regulador, as nanopartículas e a formulação facilitam a resposta imunológica dos pacientes, potencializando a produção de anticorpos.
Para imunização primária, a vacina deve ser administrada em duas doses separadas de 0,5 ml cada uma, sendo que a segunda dose deve ser administrada 21 dias após a primeira, contando com a recomendação de um reforço após, aproximadamente, seis meses depois da imunização primária para pessoas com 18 anos ou mais.
Segundo a Anvisa, a avaliação de segurança da vacina incluiu mais de 40 mil pessoas em estudos clínicos, e os resultados das avaliações mostraram “um perfil de segurança considerado aceitável”.
Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o médico infectologista Lauro Ferreira Pinto explicou que o imunizante indiano não é melhor ou pior que as demais vacinas, salientando que a diferença está na forma de atuação no corpo humano e nas facilidades de transporte e armazenamento, sendo que a Serum atende aos requisitos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combate a cepa XBB.1.5 da Covid-19.
“A vacina Serum tem uma tecnologia nova, que tem a vantagem de não precisar de freezer para guardar e pode ser conservada de forma mais tranquila, por assim dizer. Quando pensamos no território nacional, nem todo lugar vai ter uma temperatura ambiente igual, e a resistência dela é importante”, pontua Lauro.
Segundo Danielle Grillo, coordenadora do Programa Estadual de Imunização, a busca pela vacinação é um passo fundamental para a garantia da proteção da população.
"A vacinação não é apenas uma questão de saúde individual, mas um compromisso coletivo. Começar o ano com as vacinas em dia garante que você e sua família estejam protegidos contra doenças preveníveis, por meio da imunização. Isso é essencial para a saúde coletiva, pois reduz a circulação de vírus e bactérias. A saúde é uma responsabilidade compartilhada", defende Grillo.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa), a pasta implementa, em conjunto com os municípios, atividades de educação em saúde sobre a importância da vacina e a vacinação de rotina no calendário básico das crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes e idosos, além da vacinação de grupos especiais, como os indígenas, quilombolas, pessoas com comorbidades, com deficiência, entre outras, com a disponibilização de vacinas em locais estratégicos.
Segundo o Ministério da Saúde, no documento “Estratégia de vacinação contra a Covid-19 – 2ª edição”, para as gestantes com idade inferior a 12 anos, estarão disponíveis duas vacinas contra a Covid-19: Moderna (Spikevax) e a Pfizer (Comirnaty). Já para as gestantes com 12 anos ou mais, e para idosos, serão disponibilizadas três imunizantes: Moderna (Spikevax), Pfizer (Comirnaty) e Serum/Zalika.
Para os grupos especiais, compostos por residentes em instituições de longa permanência, pessoas imunocomprometidas, indígenas vivendo fora ou em terra indígena, ribeirinhos, quilombolas, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente, com comorbidades, privadas de liberdade, funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e pessoas em situação de rua, a imunização deve ocorrer da seguinte maneira:
A Sesa destaca que, em todos os casos apresentados, para pessoas imunocomprometidas, o intervalo entre a primeira e a segunda dose é de quatro semanas e, entre a segunda e a terceira dose, oito semanas. Já pessoas imunocomprometidas que estão com o esquema de vacinação completo deverão receber duas doses de vacinas contra a Covid-19, com intervalo de seis meses entre as doses.
Segundo a Sesa, as vacinas são ofertadas gratuitamente nas unidades básicas de saúde (UBS) e, para garantir a imunização, é importante levar o CPF ou o Cartão Nacional da Saúde, além do cartão de vacinação. Nas cidades mais populosas da Grande Vitória, de acordo com as gestões municipais, é possível se vacinar com e sem agendamento prévio.
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