O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, defendeu o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em suas redes sociais nesta terça-feira (12). Na publicação, o secretário ressaltou o contexto de alta transmissão do coronavírus em todo o Brasil para justificar uma mudança nas datas de aplicação das provas, previstas para os dias 17 e 24 de janeiro
Nésio faz parte do Congresso Nacional de Saúde (Conas) e informou que o adiamento do exame é apoiado por todos os membros do conselho. Na publicação, o secretário diz não ser adequado realizar um exame nacional de grandes proporções durante um período de alta transmissão da doença e ainda apontou as "realidades assimétricas no país".
O secretário reiterou também que todos os Estados do país possuem regiões de alta transmissão. Nésio lembrou que cada um possui protocolos específicos para a aplicação de atividades escolares e que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) deveria ser capaz de cumpri-las, mas que, não sendo possível a adaptação às normas específicas, a decisão deveria ser por adiar a prova.
A pós-doutora em epidemiologia, Ethel Maciel, também já se mostrou favorável ao adiamento do Enem. Em suas redes sociais, Ethel afirmou que fatores como a circulação de uma variante mais transmissível do coronavírus no Brasil, além do aumento no número de mortes por conta da Covid-19, justificam a não realização do exame. Para Ethel, o formato da prova também precisa ser reavaliado, por conta da pandemia.
Apesar dos apelos das comunidades médica e científica, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, confirmou em entrevista à CNN Brasil nesta terça-feira (12) que o Enem não será adiado. O ministro alegou que foram tomadas todas as medidas de biossegurança possíveis e que o pedido de adiamento é feito por uma "minoria barulhenta".
A Justiça Federal analisa um pedido da Defensoria Pública da União para o adiamento do exame por considerar que não há forma segura de realizar o Enem no país. A ação protocolada na última sexta-feira (8), diz que "a prova está agendada exatamente no pico da segunda onda de infecções, sem que haja clareza sobre as providências adotadas para evitar-se a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão".
A prova impressa do Enem começará a ser aplicada neste domingo (17) e terá o segundo dia de aplicação no outro domingo (24). Entre as obrigações do estudante, estão o uso obrigatório de máscara para impedir o contágio por Covid-19, além de protocolos específicos adotados para impedir a transmissão da doença durante o exame deste ano.
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