O ritmo de contágio (Rt) do novo coronavírus no Espírito Santo indica uma mudança de momento da doença. Se antes o Estado vivia uma tendência de estabilização, os últimos dados compilados pelo Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que correspondem à realidade na pandemia no dia 12 de fevereiro, véspera o Carnaval, apontam para um aumento de internações e óbitos.
A expectativa é sempre a de que o Rt se mantenha abaixo de 1. Acima de 1, significa que 100 indivíduos infectados podem passar a doença para mais de 100 pessoas. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, a taxa chegou a 0,87,ou seja, 100 infectados eram capazes de transmitir o vírus para mais 87 pessoas.
No dia 12 do mesmo mês, a última taxa disponível era 0,86, isto é, cada 100 pessoas transmitiam o vírus para 86. No caso da Grande Vitória, os números apresentaram um aumento. No dia 5 de fevereiro, o Rt era 0,86, quando 100 pessoas infectam 86. Na semana seguinte, no dia 12, a taxa era 0,93. Isto quer dizer que um grupo de 100 indivíduos poderia atingir mais 93 com a doença.
Entretanto, nos municípios do interior do Estado o cenário foi de redução. O relatório do Núcleo Interinstitucional aponta que no dia 5 de fevereiro a taxa de transmissão da região era 0,91, ou seja, 100 pessoas contaminavam 91. Uma semana depois, no dia 12 de fevereiro, a taxa era 0,79, quando o mesmo grupo formado por 100 pessoas podia infectar outras 79.
Na avaliação de um dos membros do NIEE e professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Etereldes Gonçalves, as taxas de transmissão apontam o fim da tendência de redução dos casos confirmados da doença, e consequentemente, dos óbitos provocados pela infecção do coronavírus.
Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) ressalta que os dados apresentam uma defasagem temporal em virtude da data de coleta das informações no Painel Covid-19, ferramenta do governo do Estado. Segundo ele, o comportamento da pandemia durante o carnaval poderá ser observado em um intervalo de duas a três semanas.
"Esses dados têm uma defasagem temporal, pois relaciona os índices do dia 12 de fevereiro, segunda semana daquele mês. Portanto, eles ainda não captam os possíveis efeitos das aglomerações de carnaval, mas demonstram que estávamos com taxa de transmissão abaixo de 1 no Estado", pondera.
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