Há pelo menos seis semanas a taxa de transmissão do novo coronavírus na Grande Vitória tem se mantido abaixo de 1. Esta estabilidade, em uma região onde vive quase a metade da população do Estado, já está repercutindo na taxa estadual.
Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), avalia que com quatro semanas se mantendo abaixo de 1, já se tem a estabilidade do indicador. “Com seis semanas abaixo de 1 demonstra que temos uma redução na velocidade de transmissão da Covid. O que é importante porque esta região tem o maior peso populacional e influencia diretamente na taxa do Estado”, explica.
A expectativa é sempre a de que o Rt, o "ritmo de contágio", se mantenha abaixo de 1. Acima de 1, significa que 100 indivíduos infectados podem passar a doença para mais de 100 pessoas. Em abril de 2020, por exemplo, a taxa chegou a 3,44. Ou seja, 100 infectados eram capazes de transmitir o vírus para mais de 340 pessoas.
O interior do Estado está há duas semanas com a taxa de transmissão do novo coronavírus abaixo de 1. Lira lembra que a região chegou a ficar quatro semanas nesta condição, quando a taxa teve um crescimento na primeira semana do ano.
Ele observa ainda que há um indicativo de que a taxa deverá seguir o mesmo comportamento dos números da Grande Vitória, caminhando para a estabilização e redução da velocidade do contágio. “Vamos torcer para que isto ocorra nas próximas três semanas. É uma redução lenta”, diz.
De acordo com Lira, a taxa de contágio do coronavírus no Espírito Santo tem apresentado pequenas oscilações e tem se mantido abaixo de 1 há duas semanas, sofrendo ainda impactos da taxa do interior.
O cálculo da taxa de transmissão da doença é afetado pela chamada janela epidemiológica, que varia de 14 a 21 dias para que se tenha repercussão de determinados eventos nos indicadores epidemiológicos.
A redução dos níveis de contágio não pode ser interpretada, segundo Lira, com uma liberdade maior em relação aos cuidados sanitários. “Mesmo com este controle é preciso manter as medidas não-farmacológicas, como evitar aglomeração, usar máscara, fazer a higienização das mãos”, explica.
O momento, acrescenta, ainda é de atenção para que os eventos de contaminação não voltem a se repetir. “Temos que redobrar os cuidados com a vinda dos feriados. Não dá para baixar a guarda até termos um controle mais efetivo, que é o que a gente espera”, assinala Lira.
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