A vacinação de idosos ao longo dos dois primeiros meses do ano deve começar a produzir efeitos positivos a partir de abril. A estimativa é que na faixa etária acima dos 80 anos, para a qual já terá sido dada a segunda dose da vacina contra a Covid-19, haja redução do número de internações e, consequentemente, de mortes provocadas pela doença.
A projeção foi feita pelo secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva na tarde desta segunda-feira (1º). "Esperamos que a partir de abril, no país, tenhamos um pouco do reflexo da imunização da população com mais de 80 anos, realizada nos meses de janeiro e fevereiro."
Desde o início da pandemia, essa faixa etária concentrou quase 30% das mortes decorrentes da Covid-19 no Espírito Santo. Dos 6.432 óbitos registrados até esta segunda-feira (1º), 1.811 atingiram pessoas a partir dos 80 anos.
A expectativa de Nésio Fernandes se assemelha a uma situação já vivenciada em Israel, país com o processo de vacinação mais avançado no mundo. Até a última sexta-feira (26), pelo menos 3,7 milhões de israelenses já haviam recebido a primeira dose da vacina da Pfizer, e 2,4 milhões a segunda dose, o que representa mais de 40% da população imunizada.
A campanha de vacinação começou em 19 de dezembro, e os resultados apareceram quase dois meses depois. Dados recentes do Ministério da Saúde daquele país revelaram queda no número de mortes nos últimos dias e também da taxa de transmissão do coronavírus.
De acordo com Eran Segal, biólogo do Instituto de Ciência Weizmann, desde o pico, em meados de janeiro, houve uma redução de 38% no número de pacientes em estado grave e de 40% nas mortes entre a população com mais de 60 anos. Há também 58% a menos idosos hospitalizados e 44% menos internações em geral. Trata-se do menor número de novos casos em cinco semanas.
Nésio Fernandes ressaltou, no entanto, que a melhora nos indicadores nacionais entre os idosos não exclui a necessidade de se manter medidas como distanciamento social e uso de máscaras pela população brasileira.
"Não é possível controlar a pandemia somente com os idosos. A tese do isolamento vertical, apenas com os idosos separados, não se sustenta. Ainda não será possível controlar a circulação do vírus e impedir que tenha novas mutações em solo brasileiro, ou seja, necessariamente nos obriga a controlar a circulação da doença, e não apenas o controle na população idosa ou em quem tem comorbidade.", concluiu.
Com informações da Agência Estado.
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