A pandemia do coronavírus vem recuando no Espírito Santo, com redução de novos casos e de óbitos em decorrência da Covid-19. Em Vitória, segundo a prefeitura, o número de novas internações caiu 65% de junho a agosto e os óbitos caíram 70% no mesmo período. Os dados foram divulgados por Tatiane Comério, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Vitória.
Tatiane lembra que, no auge da pandemia, durante o mês de junho, a média diária de internações por semana girava em torno de 200 novos casos e a prefeitura notificou 149 óbitos. Em setembro, até esta quinta-feira (24), foram 20 óbitos contabilizados pelo município e, faltando apenas seis dias para acabar o mês, a coordenadora da Vigilância ressaltou que o esperado é que esse número continue em queda. Pela projeção, a expectativa é de uma redução de óbitos em torno de 25% neste mês.
"Hoje, o número de novas internações varia em 65 por dia. De junho para hoje, a redução do número de internações foi de cerca 65%. Com relação aos óbitos, em junho tivemos 149 mortes ao longo do mês. No mês de agosto, fechamos em 44, uma diminuição de 70%. O que a gente vem observando em setembro, apesar do mês não ter fechado, é uma queda sustentada. Temos, neste mês, 20 óbitos e mais 6 dias pela frente e, mantendo a média de menos de 1 óbito por dia, podemos ter uma redução de 25%", afirmou.
A coordenadora explicou que essas reduções, tanto no número de internações quanto no número de óbitos, aconteceram devido às ações de contenção do avanço da pandemia promovidas pela prefeitura. O monitoramento de novos casos, especialmente nas pessoas que apresentam comorbidades, é uma das medidas que levaram à queda de novos casos de pacientes que são internados.
"Quem tem o potencial de agravamento, que são os pacientes com comorbidades, são internados. A atenção primária em saúde tem feito o monitoramento de todos os casos, além dos suspeitos, mas, principalmente, aqueles que têm comorbidades, orientando medidas, principalmente domiciliares. Então, garantindo uma assistência destas pessoas que têm o maior percentual de chances de vir a internar, esse número pode diminuir ainda mais", disse.
Tatiane também identificou outras medidas adotadas pela prefeitura que levaram a essa redução, como o aumento dos leitos de pronto atendimento e ampliação do número de testes, com a criação de um centro de testagens que utiliza o método PCR. Dentre elas, a coordenadora destaca a telemedicina que, segundo ela, atendeu mais de 13 mil pacientes em Vitória. Com isso, Tatiane afirmou que há diagnóstico precoce, o que diminui o processo de agravamento da Covid-19.
"Um ponto muito favorável é que já tivemos mais de 13.200 atendimentos por telemedicina, em que a pessoa é afastada e agendada para ir ao centro de testagem. Isso ampliou o acesso da população durante a pandemia. Sabemos que, quanto mais precocemente a pessoa é atendida, diminui o processo de agravamento. A questão da telemedicina veio para ficar. As consultas de especialidades por telemedicina começaram agora também, isso foi muito aceito pela população e teve muitos resultados", contou.
Agora, para que a redução gradual dos indicadores seja mantida, Tatiane informou que haverá a manutenção das medidas já adotadas pela prefeitura. Além disso, haverá um monitoramento intradomiciliar, ou seja, entre pessoas que tiveram contato com o vírus e moram na mesma casa.
"Nós teremos a ampliação da testagem para os contatos intradomiciliares de pessoas que testaram positivo. Já está acontecendo a testagem e será solicitada a coleta também de quem mora na casa, para podermos precocemente identificar o caso e manter em isolamento. Haverá a manutenção do rastreamento de casos positivos, quanto ao aparecimento de sinais e sintomas para quebrar a cadeia de transmissão", afirmou.
Tatiane Comério explicou também que a Prefeitura de Vitória segue investigando novos casos de óbitos. A coordenadora de Vigilância Epidemiológica contou que os dados são baseados nos relatórios da Secretaria do Estado de Saúde, mas cabe a vigilância do município apurar o caso, tanto em relação a testagens recentes e presença de comorbidades, quanto ao endereço de moradia da pessoa que morreu.
"Esse painel sobe os dados do sistema de informação da Sesa, cabe a vigilância do município fazer a investigação do óbito. Ao investigar, descobrimos que foi dado o endereço de Vitória, por exemplo, pelo familiar, mas o falecido morava em outro município. A investigação vai desde conferir exames realizados, se tinha comorbidades, até onde morava. O óbito pode ser direcionado para outro município", disse.
Em Vitória, houve um período de quatro dias, entre 19 e 23 deste mês, em que não foram registrados novos óbitos em decorrência do coronavírus, mas, segundo Tatiane, isso não se sustenta, já que nas investigações sobre o caso o endereço da vítima pode mudar. Ela confirmou também que, nesta quinta-feira (24), houve um registro de morte na Capital.
"Hoje (24), depois de certo horário, recebemos a informação que teve mais um óbito. Era uma pessoa de 94 anos, que tinha uma comorbidade, na região da grande São Pedro. Ficou por 4 dias sem ter mortes, mas isso pode mudar, porque podemos identificar novos óbitos a partir das investigações", finalizou.
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