Há exatos dois anos, em 18 de janeiro de 2021, a técnica de enfermagem Iolanda Brito foi a primeira pessoa a receber a vacina contra a Covid-19 no Espírito Santo. A aplicação da primeira dose de esperança no combate ao coronavírus ocorreu um dia depois do imunizante feito pelo Instituto Butantan, a Coronavac, ter tido o uso emergencial aprovado pela Anvisa.
De lá para cá, houve uma corrida para que a população em geral pudesse enfim começar a ser imunizada contra a doença que já provocou quase 15 mil mortes no Espírito Santo. Mas a urgência em se proteger contra o vírus parou na primeira e segunda doses para muitos capixabas.
É o que mostram dados da vacinação disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no Monitoramento da Vacinação do portal Vacina e Confia.
Com a baixa cobertura das doses de reforço da vacina contra a Covid-19, são mais de 2 milhões de moradores do Espírito Santo que ainda precisam completar o esquema vacinal – com atraso na D2, D3 e D4 – para estarem totalmente protegidos contra a doença.
Atualmente a cobertura da dose de reforço (D3) está em 51%, enquanto a primeira dose foi tomada por 94% da população e a segunda imunização por 85%.
Atualmente são 351.629 pessoas com segunda dose em atraso. Outras 1.018.951 estão com a dose de reforço (D3) em atraso e 774.289 precisam tomar a segunda dose de reforço (D4). O Estado tem 3.776.607 de população geral elegível para vacinação.
O grupo de adolescentes entre 12 e 17 anos está entre os que não chegaram à meta de cobertura com 76% de pessoas vacinadas. Já as crianças entre 5 e 11 anos estão entre outro grupo com baixa adesão à vacina, com 43% do total com esquema vacinal completo até a segunda dose. Já entre as crianças de 3 e 4 anos, apenas 7% tomaram a vacina.
"Está claro para nós que um dos principais fatores de o Estado não alcançar a cobertura esperada são as noticias falsas. Pesquisas feitas com pais de crianças mostram que os motivos que os levaram a não vacinar são todos mentira: de que o corpo vai sofrer alteração, que a vacina tem magnetismo, que vai alterar o DNA do corpo, que vai monitorar o indivíduo. Isso tudo é falso", diz o subsecretário de vigilância em saúde, Luiz Carlos Reblin.
Ele afirma que a secretaria vai agir para tentar diminuir ou até impedir a circulação desses conteúdos de desinformação que, além de prejudicar a vacinação contra a Covid, impacta a imunização contra várias outras doenças. Além disso, ele afirma que a secretaria pretende pactuar com os municípios para estabelecer uma prioridade para todas as vacinas disponíveis. Entre as ações está a ampliação do horário e dos dias de funcionamento das salas de vacinação, com expediente a noite e as fins de semana, por exemplo.
Reblin acredita ainda no apoio do governo federal nessa empreitada. A imunização é uma das prioridades da nova equipe do Ministério da Saúde do governo Lula.
"Nós esperamos que essa nova fase de governo, com o governo federal a favor da vacina, vai buscar as doses necessárias para que a gente consiga ter o esquema básico garantido pra todo mundo."
Segundo a Sesa, a vacinação contra a Covid-19 já está disponível para toda a população acima dos seis meses de idade.
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