A média móvel de mortes em decorrência da Covid-19 nos últimos 14 dias segue caindo no Espírito Santo e chegou a três. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (25) pelo diretor do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, que apontou também para um aumento da transmissão da doença no Estado.
A média móvel de mortes dos últimos 14 dias no Espírito Santo apresentou uma redução significativa em relação ao cálculo no período anterior, que estava em 8,29. Isso representa uma diminuição de 63,79% no valor.
As mortes divulgadas no Painel Covid-19 diariamente não necessariamente representam aquelas que aconteceram 24 horas, mas sim as que foram divulgadas pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) naquele dia. Ou seja, os 598 óbitos de fevereiro foram divulgados ao longo do mês, mas não necessariamente se referem àqueles que aconteceram nos 28 dias.
Por exemplo: no dia 1º de fevereiro, foram divulgadas 28 mortes em 24 horas. Todas foram contabilizadas como sendo de fevereiro. Porém, é possível que alguma faça referência a uma morte que aconteceu em janeiro, mas só foi notificada no dia 1º.
Isso explica a diferença entre as mortes contabilizadas pela Sesa e pelo IJSN. A secretaria considera 598 óbitos em fevereiro, pois foram notificados entre os 28 dias do mês, enquanto o instituto utiliza as mortes que realmente aconteceram no período.
A média móvel de mortes toma como base para o cálculo a quantidade de mortes que realmente aconteceram nos últimos 14 dias.
O levantamento, porém, aponta que o ritmo de transmissão (Rt) da doença, ou seja, a velocidade com a qual o vírus se propaga em meio à população, aumentou. Atualmente, o indicador no Estado está em 0,8, o que significa que dez pessoas possuem o potencial de infectar outras oito. Para efeito de comparação, o Rt na última semana estava em 0,36.
O recorte regional também aponta o aumento do indicador. Na Grande Vitória, o ritmo de transmissão passou para 0,91, ou seja, dez pessoas infectam nove. No interior do Estado, pulou para 0,77, o que significa que dez pessoas transmitem o vírus para quase oito.
Para Pablo Lira, porém, o baixo número de mortes e de casos ativos da doença apontam para uma redução a partir da segunda quinzena de março. Ele ressaltou, também, a importância de manter esse indicador abaixo de 1.
"Os registros de óbitos e casos ativos estão muito baixos, o que torna mais suscetível a ocorrência dessas flutuações na taxa de transmissão. Além disso, as reduções consolidadas de óbitos na segunda semana de março sinalizam que a taxa de transmissão retornará para um nível próximo de 0,3. No atual estágio da pandemia é muito importante manter a taxa de transmissão abaixo de 1, o que indica que a transmissão se encontra em desaceleração", disse.
Como adiantado na última sexta-feira (18) por A Gazeta, o mês de março no Espírito Santo consolidou a tendência de redução no número de mortes e pode fechar como um dos meses menos letais de toda a pandemia da Covid-19.
Até esta sexta-feira (25), foram contabilizados 119 óbitos em decorrência da doença e, se a taxa se mantiver, março pode ter 76% de vidas perdidas a menos do que fevereiro no Estado, quando foram registradas 577 mortes.
O Espírito Santo registrou, nesta sexta-feira (25), o menor número de pessoas infectadas pela Covid-19 internadas em hospitais do Estado desde que a doença se espalhou pelo Estado. Ao todo, são 89 pacientes, sendo 65 em leitos de UTI e outros 24 em enfermarias. As taxas de ocupação também atingiram o menor percentual: 5,9% para UTIs e 2,2% para enfermarias.
Nesta quarta-feira (23), o Estado havia chegado ao menor patamar de pacientes internados por conta da doença até então. Eram 92 pacientes internados, sendo 64 em leitos de UTI e 28 em enfermarias. No total, o Espírito Santo possui 2.197 leitos de tratamento para pessoas infectadas pelo coronavírus.
"As taxas de ocupação de leitos Covid-19 de UTI e enfermaria alcançaram os menores patamares desde o início da pandemia. A estratégia de expansão dos leitos do sistema público de saúde se mostrou a mais assertiva para garantir atendimento digno aos pacientes da Covid-19", argumentou Pablo Lira.
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