Com a flexibilização das atividades sociais desde setembro quando o mapa de risco no Espírito Santo passou a mostrar a maioria dos municípios em risco baixo para a contaminação do novo coronavírus houve também um aumento na exposição e socialização por parte da população. Essa mudança de comportamento, entre outros fatores, podem ter contribuído para um novo cenário da doença no Estado: a queda de casos em pacientes idosos e o aumento de casos entre os mais jovens.
Houve um aumento em 21,22% no número de casos entre pessoas com menos de 60 anos. A informação foi apresentada na tarde desta segunda-feira (5) durante coletiva de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que contou com a participação do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e do subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
O secretário deu início à coletiva afirmando que o Espírito Santo, de modo geral, vive uma fase de recuperação da pandemia - apresentando uma curva muito bem definida, com estabilidade de casos e queda sustentável de óbitos. Porém, ele afirmou que na Grande Vitória houve um aumento de casos observados por conta da maior exposição das pessoas. Além disso, Nésio citou a mudança no critério de testagens realizadas pela Sesa que passou a realizar mais testes, incluindo assintomáticos e familiares.
"Tivemos 5,34% de queda no número de pacientes com mais de 60 anos testando positivo, na avaliação da semana 37 para a semana 39 da pandemia. Também tivemos um aumento em 21,22% de pacientes com menos de 60 anos testando positivo. Esse porcentual aumenta mais se destacarmos a Grande Vitória, com uma queda de 20,6% nos casos de pacientes com mais de 60 anos e de 10% em pacientes com menos 60 anos. Isso reflete em uma mudança no padrão dos casos positivos, que podem ter correspondência com a queda mais lenta no número de pacientes internados e queda sustentada dos óbitos considerando que Covid-19 tem, sim, uma letalidade reconhecida em pessoas com mais de 60 anos, em especial, com comorbidades", informou.
Luiz Carlos Reblin destacou que esses dados refletem a maior exposição do grupo mais jovem nas ruas. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, é provável que o aumento tenha elação com o feriadão de 7 de setembro. Tanto que os locais mais procurados pelos turistas em época de feriado como Santa Teresa, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá apresentaram maior número de casos novos após a data.
"É nítido, um consenso público e notório, que o jovem se expõe mais hoje em dia. Com isso, a transmissão demonstra uma diminuição entre as pessoas mais velhas e aumento no número de casos de pessoas mais jovens. Temos visto muitas aglomerações nos finais de semana, principalmente em cidades de praia ou serranas onde tivemos maior número de caso reconhecidos após o feriado. Mas felizmente já na terceira semana após os feriados já vemos sinais de queda. Agora precisamos aguardar a confirmação porque alguns casos devem ser apresentados apenas nesta semana", explicou.
Para finalizar, Reblin falou como feriados e fins de semana induzem o aumento de exposição e, consequentemente, o número de novos casos. Ele lembrou sobre a importância de seguir as medidas de distanciamento social, higiene das mãos e uso correto de máscaras, mesmo em municípios de risco baixo.
"É risco baixo, mas ainda é risco. Se desconsideramos e isentarmos isso, não adotando as medidas, o risco aumenta. A tendência das próximas semanas é de que o número continue abaixando a taxa de transmissão, mas a gente precisa continuar se cuidando. São três medidas básicas que não custam nada: distanciamento, máscara e higiene. É só manter essas ações simples para continuarmos vencendo a pandemia", alertou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta