O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, disse em entrevista à CBN Vitória que é baixa a probabilidade de ter vacina contra o coronavírus para crianças em um primeiro momento. Segundo Fernandes, isso acontecerá porque as vacinas em produção estão sendo testadas exclusivamente em adultos e será priorizado o grupo de risco.
"Os testes com vacina que estão sendo desenvolvidas no mundo não estão sendo testadas com crianças. As vacinas quando estiverem disponíveis, serão disponibilizadas para a população adulta, em especial, aquela que tiver maior risco de evolução a quadros críticos", afirmou.
"Então, não é uma probabilidade grande de que quando a vacina estiver disponível, vá vacinar crianças. Não é um problema, porque a vacinação depende de produção e segurança biológica. As vacinas que estão sendo desenvolvidas, praticamente todas, estão sendo testadas em população maior de 18 anos, disse.
De acordo com o secretário, esta é uma agenda que deverá ser seguida no mundo inteiro também pelo fato de não ser real fabricar e aplicar doses em toda a população.
Então, se o critério é ter vacina, a expectativa é baixa de que exista vacina disponível para crianças. Até porque precisamos ter uma vacina capaz de ser reproduzida para 7 bilhões de habitantes. Nós estamos discutindo que a Pfizer quer produzir 100 milhões de doses neste ano, e um bilhão no próximo ano. As outras indústrias também trabalham com essa perspectiva. Não haveria possibilidade no mundo de se fabricar 7 bilhões de vacinas e vacinar 7 bilhões de pessoas em um ano. Do ponto logístico e econômico, isso não é real, destacou.
Para dimensionar o custo e impacto econômico da vacina, o secretário citou o investimento que precisaria ser feito para a aplicação das doses nos capixabas. Se estamos falando que as vacinas podem custar de 20 a 50 dólares em cada dose, e que, em geral, necessitam duas doses, para vacinar três milhões de capixabas, precisaríamos de um investimento de R$ 625 milhões. E ainda assim privilegiando a vacinação da população que tem o maior risco de desenvolver um quadro crítico, explicou.
Apesar disso, o secretário não descartou que sejam feitas vacinas para crianças no futuro. Mas que, em um primeiro momento, o grupo de risco deve ser priorizado.
Nós conhecemos a epidemiologia das doenças respiratórias, sabemos qual o comportamento da transmissão e em quais populações elas evoluem um maior quadro crítico. (...) É possível que exista vacina para criança, sim. O que estou dizendo é que a estratégia de vacinação no mundo deverá privilegiar as pessoas que possuem uma chance maior de evoluir para quadros críticos e a óbitos pela doença, completou.
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