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Covid no ES: 'É preocupante o aumento na internação', diz subsecretário

Covid no ES: "É preocupante o aumento na internação", diz subsecretário

Após ultrapassar a marca dos 300 leitos de UTI ocupados no início do mês, a segunda semana de novembro começou com 332 pessoas internadas em estado grave. Subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, fala sobre o assunto

Publicado em 10 de novembro de 2020 às 11:09

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Subsecretário de Vigilância em Saúde do ES, Luiz Carlos Reblin, em entrevista à TV Gazeta
Subsecretário de Vigilância em Saúde do ES, Luiz Carlos Reblin, em entrevista à TV Gazeta. (Reprodução / TV Gazeta)

O aumento no número de pacientes internados com coronavírus no Espírito Santo é preocupante, segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. Após ultrapassar a marca dos 300 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados no início do mês, a segunda semana de novembro começou com mais um crescimento: são 332 pessoas internadas em estado grave da Covid-19, de acordo com os dados dessa segunda-feira (9) no Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares do governo do Estado. O atual patamar é o maior desde o dia 23 de setembro, quando 337 vagas estavam sendo usadas.

Entre esta terça-feira (10) e o dia 27 de novembro, Luiz Carlos Reblin responde interinamente pelo cargo de secretário de Saúde, em substituição ao titular Nésio Fernandes, que está de férias.

Em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, Reblin afirmou que esses indicativos apontam para um aumento de casos que pode levar a um crescimento de mortes por Covid-19, o que ainda não é observado no Estado. A taxa de ocupação dos leitos disponibilizados para a Covid atualmente está em 84%, mas o subsecretário garante que a pasta possui uma capacidade para ampliar esse atendimento.

"É preocupante o aumento na internação. Isso significa mais casos que pode levar a casos mais graves e aumento de óbitos, o que não verificamos hoje. Hoje verificamos que o número de óbitos, a média de óbitos no Espírito Santo se mantém, depois dessa queda, em um número mais baixo. Mas precisamos considerar que, além dos 395 leitos disponíveis hoje, prontos, em operação, nós temos condição de 715 leitos que também podem ser colocados na sua totalidade em operação. Portanto, nós, da Secretaria de Estado da Saúde, vamos aumentando o número de leitos na medida que for necessário. Esta semana, por exemplo, nós vamos colocar em funcionamento mais 70 leitos para Covid. Isso novamente vai estabilizar essa relação entre pacientes que precisam internar e o número de leitos necessários", afirma Reblin.

O secretário interino também alertou que o número de cidades com risco moderado para a Covid-19 pode aumentar na próxima classificação do governo do Estado, que será atualizada no fim de semana. Na classificação que está em vigor, três cidades capixabas já estão em risco moderado: Ecoporanga, Colatina e Santa Teresa.

"O critério principal é exatamente a taxa de ocupação de leitos de UTI. Quando a gente olha a ocupação do 715 (leitos da capacidade de ampliação para Covid-19, segundo a Sesa) que nós temos condições de abrir, é menor que 50%. Isso influencia na taxa de risco das cidades. Se essa taxa de ocupação dos 715 ultrapassar os 50% aí sim uma boa parte dos municípios poderá voltar ao risco moderado", detalhou Reblin. Confira outros trechos da entrevista:

A taxa de ocupação dos leitos está acima dos 80%. É preocupante esse número?

  • É preocupante o aumento na internação. Isso significa mais casos e o aumento na internação pode levar a casos mais graves e aumento de óbitos, o que não verificamos hoje. Hoje verificamos que o número de óbitos, a média de óbitos no Espírito Santo se mantém, depois dessa queda, em um número mais baixo. Mas precisamos considerar que, além dos 395 leitos disponíveis hoje, prontos, em operação, nós temos condição de 715 leitos que também podem ser colocados na sua totalidade em operação. Portanto, nós, da Secretaria de Estado da Saúde, vamos aumentando o número de leitos na medida que for necessário. Esta semana, por exemplo, nós vamos colocar em funcionamento mais 70 leitos para Covid. Isso novamente vai estabilizar essa relação entre pacientes que precisam internar e o número de leitos necessários.

Hoje esses leitos que podem ser usados nessa ampliação estão vazios ou estão sendo usados para tratar outras doenças?

  • Eles estão sendo usados para tratar outras doenças porque temos uma demanda também dessas doenças. Mas na medida da necessidade, de maneira gradativa, nós não vamos transformar os 715 leitos novamente de uma maneira instantânea para leitos de Covid. Nós, como vamos fazer essa semana, de maneira gradativa, vamos ampliando essa oferta de leitos para Covid.

Esse aumento, depois de um cenário de estabilidade, mostra que estamos vivendo uma segunda onda?

  • O mundo inteiro está vivenciando essa situação. Essa classificação de segunda onda ou não é uma classificação teórica. O fato é que os casos estão aumentando novamente. Nós tivemos um aumento, depois uma diminuição e agora novamente os casos estão aumentando. Nós devemos vivenciar isso (aumento-diminuição-aumento novamente) até que uma vacina venha nos proteger de uma maneira mais efetiva.

Em outro momento, quando nós também tínhamos mais de 80% dos leitos de UTI para Covid ocupados, o Estado estava com a maior parte dos municípios em risco moderado ou alto. Hoje isso não acontece. Qual é o critério para essa classificação?

  • O critério principal é exatamente a taxa de ocupação de leitos de UTI. Quando a gente olha a ocupação do 715 (leitos da capacidade de ampliação pra Covid, segundo a Sesa) que nós temos condições de abrir, é menor que 50%. Isso influencia na taxa de risco das cidades. Se essa taxa de ocupação dos 715 ultrapassar os 50% aí sim uma boa parte dos municípios poderá voltar ao risco moderado.

E o perfil do paciente continua o mesmo? O tempo médio de permanência desse paciente no leito de UTI é o mesmo? Daria tempo do Estado se organizar caso esse número cresça muito rápido?

  • Temos uma sensibilidade muito grande para internação, tanto que detectamos esse aumento e já estamos, nesta semana, colocando mais 70 leitos, metade UTI e metade enfermaria, para atendimento de Covid. Se percebermos que os casos de internação continuam aumentando, nós vamos gradativamente alterando o leito de atendimento geral para atendimento Covid. Temos um prazo de uma semana para fazer isso que é razoável que possamos fazer.

Considerando o cenário de hoje, quais são as projeções da Sesa? Nas próximas semanas, o senhor acredita que o número de municípios com risco alto e moderado vai aumentar?

  • Independente da questão dos leitos de UTI, já percebemos um pequeno aumento no número de municípios no risco moderado. Nesta mesma projeção, com aumento de casos e aumento de pessoas que forem a óbito em algumas cidades, poderemos sim, já no próximo fim de semana, termos mais municípios no risco moderado.

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