A nova onda da Covid-19 tem mostrado como a vacina tem poder para frear casos graves da doença causada pelo coronavírus. Um relatório apresentado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostra o perfil dos capixabas que foram infectados nos meses de abril e maio deste ano. O documento revela que a taxa de internação de não vacinados é até 12 vezes maior em comparação com os pacientes imunizados que precisam ficar hospitalizados no Espírito Santo.
As taxas foram calculadas com uma projeção de 100 mil habitantes. No intervalo de um mês, a população que mais pegou a doença ocupa a faixa etária entre 18 a 59 anos. Os números saltaram de 1.466 para 4.845 notificações positivas para a doença entre abril e maio. As crianças de 0 a 4 anos foram as que menos tiveram casos confirmados.
O documento aponta que nenhum adolescente com 12 a 17 anos, vacinado com duas doses, ficou internado. A taxa de internação desse público que não tomou nenhuma dose é 3,78 vezes maior que o paciente com uma única dose.
No caso dos adultos de 18 a 59 anos, a taxa de internação para não vacinados foi 12,77 vezes maior que comparando com os adultos com três doses.
A internação entre idosos (acima de 60 anos) vacinados com primeiro reforço foi 2,48 vezes maior comparando com os idosos com segundo reforço.
As internações no Espírito Santo estão sendo causadas pela versão original e das subvariantes da Ômicron, segundo atesta o médico infectologista Lauro Ferreira Pinto.
Segundo ele, essa cepa apresenta tantas mutações que alguns especialistas avaliam que o vírus, nesta fase, deveria ser chamado de Sars-CoV-3 e não mais Sars-CoV-2 (nomenclatura dada ao vírus descoberto no fim de 2019).
Para driblar a infecção ou ser diagnosticado com o quadro grave da doença, a saída é a aplicação das doses de reforço e manter o calendário vacinal em dia contra a Covid-19. Na avaliação de Lauro, informações equivocadas em relação à vacinação afastou as pessoas dos postos de imunização.
O relatório registra que 40 pessoas morreram devido ao coronavírus no período monitorado. Desse total, 30 (75%) tinham mais de 60 anos, sendo que nenhum deles recebeu a segunda dose de reforço, 25 (62,5%) tinham pelo menos uma comorbidade e 34 (85%) tomaram pelo menos uma vacina.
No caso desses 34 que morreram, a última dose deles foi aplicada no ano passado, ou seja, estavam com esquema vacinal atrasado. As outras seis pessoas não estavam vacinadas e quatro delas não eram idosas.
O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, informou em coletiva no dia 22 de junho, que o perfil envolve pessoas não vacinadas e com esquema vacinal incompleto. Ele explica que, com a variante Ômicron, é importante que as pessoas estejam com a vacinação em dia para não evoluírem a casos graves nem óbitos.
“Na população que está com o esquema atrasado, o ritmo de internações e óbitos é muito maior do que aquele que está com a vacinação em dia. Nós não identificamos nenhum paciente que evoluiu a óbito nos meses de abril e maio que tomaram quatro doses. Todas as pessoas que morreram em abril e maio eram pessoas não vacinadas ou com esquema de vacinação incompleto”, detalha.
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