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Crea-ES aponta risco a imóveis vizinhos de estrutura que desabou em Vitória

Crea-ES aponta risco a imóveis vizinhos de estrutura que desabou em Vitória

De acordo com o engenheiro civil Giuliano Battisti, há uma "cadeia de irregularidades", inclusive falta de licença para obras. Estrutura caiu no domingo (25) e feriu trabalhador

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 13:27

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Prédio desaba e muda o trânsito no Centro de Vitória
Prédio desabou na manhã de domingo (25) e deixou um trabalhador ferido. (Fernando Madeira )

Um dia após o acidente em que um trabalhador ficou ferido durante obras de demolição na Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Espírito Santo (Crea-ES) apontou riscos para os imóveis ao lado da estrutura que caiu. De acordo com o engenheiro civil Giuliano Battisti, há uma "cadeia de irregularidades" na área onde foi feita a demolição, inclusive falta de licença para obras.

Em entrevista ao repórter Kaique Dias, da TV Gazeta, o engenheiro garantiu que o Crea-ES esteve no local uma semana antes, fez uma avaliação e chegou a autuar o proprietário do prédio que caiu no domingo (25).

"O proprietário da obra foi autuado justamente por conta da ausência de um profissional responsável. Há uma cadeia de irregularidades. A obra não tem um responsável", explica.

Giuliano Battisti identificou que não há pilares suficientes no local. Ele apontou que, de um lado do prédio que caiu, está uma estrutura formada apenas de tijolinhos. Do outro lado, há uma estrutura prejudicada com trincas.

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A estrutura [de tijolinhos] não veio abaixo porque não estava totalmente ligado. Do lado de cá, onde tem a clínica, houve uma avaria lateral, trincas dos dois lados da marquise. Não podemos descartar o risco de desabamento

Giuliano Battisti
Engenheiro civil do Crea-ES
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PREFEITURA PEDE LAUDO QUE PROVE SEGURANÇA DO LOCAL

Em entrevista à reportagem de A Gazeta horas após a queda da estrutura, a secretária de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória, Anna Claudia Peyneau, afirmou que o proprietário foi orientado e tinha autorização para demolir apenas a marquise.

No entanto, a Prefeitura agora deve apurar se a estrutura que sofreu o desabamento foi derrubada por acidente ou de forma intencional — o que seria irregular, uma vez que não havia autorização.

Nesta segunda (26), a secretária reafirmou que a obra tinha um responsável técnico, o contrário do que foi detalhado pelo Crea-ES. Anna Claudia Peyneau informou à TV Gazeta que agora o proprietário deve apresentar um laudo provando que a estrutura está segura. Não apenas o próprio imóvel, mas os prédios vizinhos.

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Pedimos que o proprietário ateste a segurança não só do imóvel, mas dos vizinhos. O serviço autorizado pelo município era a retirada da marquise. Agora queremos entender o que causou a demolição da fachada

Anna Claudia Peyneau
Secretária de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória
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VÍDEO MOSTRA MOMENTO EM QUE O PRÉDIO DESABA NO CENTRO DE VITÓRIA

Imagens de câmeras de videomonitoramento mostram o momento do acidente durante a demolição do prédio na Avenida Jerônimo Monteiro. Um trabalhador ficou levemente ferido e a ocorrência interditou parcialmente um trecho da via na manhã deste domingo (25). A obra acontecia desde o início da semana passada.

O vídeo mostra que um homem estava na calçada, quando ouviu o barulho e saiu correndo. Apesar da informação de que um trabalhador ficou ferido, não há confirmação de que o funcionário seja o homem que aparece correndo no vídeo. Ele consegue fugir do concreto que cai no chão. A fumaça branca toma conta da avenida, enquanto os veículos passavam normalmente.

Após a queda da estrutura, as imagens registradas no local mostravam a cena da destruição: veículos usados na demolição foram atingidos pelo concreto e parte da estrutura foi parar no meio da rua. Uma retroescavadeira utilizada na demolição ficou parada no meio da avenida após o acidente.

RESPONSÁVEIS IDENTIFICADOS

Nesta terça-feira (27), a Prefeitura de Vitória, por meio da assessoria de imprensa, informou que a proprietária do imóvel em questão foi identificada como Carmen Maria Alves Botti. O contratante da obra foi identificado como Eugênio de Freitas Sette, enquanto Marcos Ramos Freire é engenheiro responsável. 

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