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Crea-ES encontra fragmentos de material rompido onde engenheiro morreu

Crea-ES encontra fragmentos de material rompido onde engenheiro morreu

O grupo analisa a situação para investigar as possíveis causas do acidente e a responsabilidade técnica que resultaram na morte de João Paulo Moreira dos Reis, de 47 anos

Publicado em 3 de maio de 2021 às 12:56

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Engenheiros do CREA-ES fiscalizam tirolesa no Morro do Moreno
Engenheiros do CREA-ES fiscalizam tirolesa no Morro do Moreno. (Fernando Madeira)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]

Engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) realizam uma nova vistoria técnica e fiscal na tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha, desde o início da manhã desta segunda-feira (3). Durante a ação, que acontece após o engenheiro mecânico e despachante João Paulo Moreira dos Reis, 47 anos, morrer ao usar o equipamento na tarde deste sábado (1º), foram encontrados fragmentos de material rompido que pode ser de algum acessório ou vestimenta que a vítima usava no equipamento (veja abaixo as imagens).

Vestígio que pode ser de algum acessório ou vestimenta utilizada por engenheiro que morreu em tirolesa (Fernando Madeira)

Uma equipe de A Gazeta acompanha, com exclusividade, os trabalhos dos especialistas do conselho. O grupo analisa a situação para investigar as possíveis causas do acidente, verificar registros de projetos e de responsabilidade técnica. Os trabalhos são conduzidos numa operação multidisciplinar, e a previsão é de que as atividades prossigam durante a semana.

A operação é comandada pelo gerente de Relacionamento Institucional do Crea-ES, o engenheiro civil, ambiental e de segurança do trabalho, Giuliano Battisti. Ele explicou que a ação de hoje tem o objetivo de verificar a existência de vestígios que atestam impactos e colisões que resultaram na morte de João Paulo.

Aspas de citação

Estamos verificando a questão das estruturas, presença de equipamento, de freio, de algum sistema de frenagem e outras evidências que possam ajudar na apuração desse fato que envolve a engenharia. Por esse motivo, o Crea vai apurar causas e se tem responsabilidade técnica ou ausência de responsalidade técnica de algum profissional da engenharia

Giuliano Battisti
Gerente de Relacionamento Institucional do Crea-ES
Aspas de citação

Durante este domingo (2), uma equipe comandada por Giuliano esteve no local para iniciar o trabalho de vistoria e tentar identificar a causa do acidente. "Fizemos levantamentos técnicos de cabos, medições e vários vídeos com drone, porque o acesso é difícil. Infelizmente, o mau tempo limitou as nossas atividades", disse.

Segundo ele, há muitas questões que ainda precisam ser esclarecidas. Abaixo, seguem algumas das principais dúvidas a serem elucidadas:

"O que está nos deixando intrigado é o funcionamento desse freio, se é que ele realmente existe. Estamos com essa dúvida. Na segunda etapa existe um sistema de molas e amortecimentos, mas alguns apontamentos e depoimentos dão conta que a frenagem da primeira seria feita por um controlador", ressaltou.

O engenheiro João Paulo morreu após acidente na tirolesa do Morro do Moreno
O engenheiro João Paulo morreu após acidente na tirolesa do Morro do Moreno. (Alex Magnago/Montagem A Gazeta)

O ACIDENTE

Engenheiro mecânico, João Paulo Sampaio dos Reis, de 47 anos, levou a filha e uma amiga dela para aproveitar a vista do Morro do Moreno, em Vila Velha, na tarde de sábado (1º). As duas desceram antes na tirolesa. Na vez dele, um acidente fez com que ele morresse ainda no local.

"Essa vítima estava de barriga para cima, arroxeada, com as pupilas dilatadas e com um trauma no lado esquerdo da face. Após os trabalhos periciais, o cadáver foi levado até o topo do Morro do Moreno e entregue à Polícia Civil", detalhou a tenente Andressa, do Corpo de Bombeiros. O resgate durou cerca de quatro horas.

Na porta do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, o pai do engenheiro desabafou dizendo que viu o filho morrer através de um vídeo. "Por essa gravação, já pude ver a falta de segurança do local. Alguém deve ter dito que era seguro. Mas ele foi vítima de um erro grosseiro", afirmou João Reis.

As imagens citadas não foram divulgas pelo familiar nem pelas autoridades envolvidas no caso. Inicialmente com um registro de engenharia de Goiás, João Paulo tem licença para atuar como engenheiro no Espírito Santo desde 2012. Morador de Vila Velha, ele deixa uma filha, um filho e a esposa.

Engenheiros do CREA-ES fiscalizam tirolesa no Morro do Moreno(Fernando Madeira)

MILITAR COMO SÓCIO: O QUE DIZEM OS BOMBEIROS

Através de nota, o Corpo de Bombeiros confirmou que um militar da corporação é sócio do empreendimento. Porém, garantiu que ele "não estava a serviço no momento dos fatos e que sua conduta será apurada no inquérito policial a ser instaurado pela Polícia Civil". "Caso a apuração venha a indicar descumprimento das normas dos Bombeiros, as providências cabíveis serão tomadas."

LOCAL INTERDITADO? O QUE DIZ A PREFEITURA

Também em nota, a Prefeitura de Vila Velha alegou que "o local é privado e os responsáveis devem ser questionados sobre operação do equipamento, instalado em área particular". O município também esclareceu que as atividades em área aberta estão liberadas pela classificação de risco do governo do Estado.

EMPRESA: "ESTAMOS EM LUTO"

Na madrugada deste domingo (2), por meio das redes sociais, a empresa responsável pela operação da tirolesa do Morro do Moreno lamentou o corrido e afirmou que ainda não havia conseguido o contato da família. No texto, também afirmou aguardar a perícia para saber a causa do acidente.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

Também através de nota, a Polícia Civil apenas informou que o caso seguirá sob investigação "para uma melhor apuração dos fatos" e que aguarda o resultado da perícia realizada na tirolesa. "Outras informações são serão repassadas para preservar a apuração do incidente", concluiu.

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