Engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) fizeram vistorias técnica e fiscal na garagem do Condomínio Mochuara Residencial Clube, localizado no bairro Dom Bosco, em Cariacica, nesta segunda-feira (10). O resultado da análise deve ficar pronto em três dias.
A área está interditada pela Defesa Civil municipal desde quinta-feira (7), em razão de risco de desabamento. Segundo laudo emitido pelo órgão, o local foi classificado como risco estrutural alto, o que significa dizer que a estrutura pode sofrer colapso. O mesmo problema já havia ocorrido em julho de 2016.
Os trabalhos estão sendo coordenados pelo superintendente do Conselho, o engenheiro civil e de segurança do trabalho Jorge Costa, e conta com o apoio de uma equipe de cinco engenheiros. O grupo está colhendo informações sobre projetos, execução, responsabilidade técnica e possíveis erros e vícios construtivos.
Ele explicou que, além da análise dos documentos, os engenheiros vão entrar em contato com a Defesa Civil municipal para ter entendimento da interdição realizada pelo órgão. A expectativa do Crea-ES é de que os trabalhos sejam concluídos em três dias.
"Toda essa análise, acredito que vai ser concluída em até três dias. Se precisarmos de mais algum outro documento, vamos precisar de mais tempo. Também vamos conversar com a Defesa Civil para ter um entendimento dessa situação de interdição", disse.
A Defesa Civil de Cariacica orientou a interdição imediata do local, com retirada dos veículos e a proibição do trânsito de quaisquer pessoas e veículos, além da contratação, em caráter de urgência, de profissional técnico/empresa habilitado para definir e orientar os ensaios/testes necessários, buscando identificar as causas da recorrência dos problemas, a fim de confeccionar laudo e projeto especifico de escoramento e recuperação de toda a estrutura.
A equipe da Defesa Civil identificou que o local já tem histórico de problemas estruturais e, atualmente, apresenta patologias, tais como: trincas na laje do piso do estacionamento; desnivelamento de lajes; formação de poças sobre a laje superior; descolamento de parede de fechamento; ferragens expostas, entre outras. Diante da situação, a COMPDEC de Cariacica classificou o risco estrutural do local como Risco Alto (R3).
Em 2015, os moradores começaram a perceber rachaduras e trincas na estrutura da edificação do Mochuara Residencial Clube. Em 2016, eles pediram socorro à Defesa Civil, que realizou a interdição do edifício-garagem com 700 vagas, que abriga seis torres, com 594 apartamentos.
Segundo empresa contratada para vistoria pela incorporadora PDG à época, companhia que fez a entrega dos prédios, o edifício apresentava duas irregularidades, sendo um de cálculo e outro de execução da obra, que não teria sido feita conforme o projeto.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a construtora PDG informou que tomou conhecimento dos fatos através da imprensa. Em nota enviada na última sexta-feira (7), a PDG afirma que vai enviar um técnico para avaliar a situação do condomínio.
"Tomamos conhecimento do assunto a partir de questionamentos enviados pela imprensa do Espírito Santo. Até o momento, o condomínio não entrou em contato com a PDG. Também não recebemos notificação do Poder Público. De todo o modo, em nome da prevenção e da segurança dos moradores, enviaremos um técnico para avaliar a situação do local, e, se necessário, adotar providências iniciais", diz a nota.
Na nota, a construtora explica ainda que realizou obras de reforço estrutural na garagem do condomínio entre setembro de 2016 e março de 2017.
"Destacamos que, em julho de 2016, foram identificados problemas estruturais no edifício garagem. Em 12 de setembro de 2016, teve início a execução das obras de reforço estrutural necessárias para a garantia da solidez e segurança da edificação e dos seus usuários. Foi prestado todo apoio necessário aos moradores durante a execução dos trabalhos. Essas obras foram concluídas em março de 2017, tendo sido a edificação liberada integralmente pela Defesa Civil na data de 23/03/2017", conclui a nota.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta