> >
CREA-ES: vazamento contaminou flora e curso hídrico ao redor de poço de petróleo no ES

CREA-ES: vazamento contaminou flora e curso hídrico ao redor de poço de petróleo no ES

Segundo o Conselho, uma área de 58 mil metros quadrados foi impactada pelo vazamento; cerca de 28 mil litros de emulsão de água e óleo foram derramados

Publicado em 26 de outubro de 2024 às 14:14

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Área onde aconteceu o vazamento, em São Mateus
Área onde aconteceu o vazamento, em São Mateus. (Reprodução/Redes Sociais)

vazamento de emulsão de óleo em um poço de petróleo no Campo Inhambu, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, registrado na última quarta-feira (16), contaminou a flora e o curso hídrico que ficam ao redor da área atingida. Foi o que concluiu o relatório preliminar da fiscalização técnica e fiscal multidisciplinar do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), divulgado neste sábado (26). 

De acordo com o presidente do Crea-ES, o engenheiro Jorge Silva, a área impactada pelo vazamento, que, incialmente, era de 1.500 metros quadrados, já ultrapassa 58 mil metros quadrados. "A quantidade de vazamento de emulsão de água e óleo divulgada também é muito superior aos 9 mil litros, chegando até o momento a 28 mil litros derramados”, afirmou. 

Crea-ES constatou falhas no poço

Na última segunda-feira (21), durante uma vistoria no local, profissionais do Crea-ES constataram que houve falhas mecânicas e técnicas no local. Ainda conforme a entidade, a empresa responsável pela perfuração – cujo nome não foi informado – não possui registro no Conselho, o que deve resultar em autuação e multa – os valores não foram informados.

“Já há evidências de que houve falhas mecânicas e técnicas. Também identificamos que a empresa que foi responsável pela perfuração do poço não está registrada no Crea-ES, o que acarretará autuação e multa. Solicitamos oficialmente à empresa responsável pela operação no local, todos os documentos fiscais e técnicos, inclusive o plano de emergência e o plano de recuperação diária relacionados ao evento”, disse o presidente do Crea-ES. 

Engenheiros ambientais, geólogos, agrônomos, químicos, técnicos de segurança do trabalho, mecânicos, civis, eletricistas, técnicos em meio ambiente e tecnólogos em saneamento ambiental realizaram levantamentos por drones, análises da vegetação, dos resíduos encontrados nos cursos hídricos e coletaram amostras de material que foram encaminhadas para o laboratório de análises da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Aspas de citação

A contaminação do solo foi evidenciada pelo derramamento de emulsão. A retirada desse solo já foi iniciada pela empresa... com a chuva, essa contaminação foi agravada, o que facilita o escoamento desse material para a área da vegetação vizinha, bem como para o curso hídrico ali presente

Crea-ES
Relatório preliminar concluído na sexta-feira (25)
Aspas de citação

Os especialistas do Crea-ES também constataram que, vizinho à área de exploração do poço, encontra-se o Córrego Santa Rita, afluente do Córrego do Macaco, que possui função fundamental para o desenvolvimento das atividades agrícolas e pecuária presentes na região. 

O Crea-ES enviou um ofício nesta sexta-feira (25) à empresa Seacrest - responsável pela operação no local -, solicitando a apresentação de documentos técnicos e esclarecimentos sobre o incidente. “Estamos solicitando a empresa que nos encaminhe no prazo de quinze dias estudos complementares e planos de investigação de contaminação, além da realização de análises ambientais nas áreas impactadas pelo derramamento de óleo”, concluiu Jorge Silva.

O mesmo documento foi direcionado ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

A Seacrest Petróleo, empresa responsável pela operação no local, foi procurada no sábado (26) para comentar o assunto e ainda não se pronunciou sobre o caso.

O Iema e o Idaf foram demandados pela reportagem de A Gazeta. Assim que houver retorno, o texto será atualizado. A Gazeta também deixa em aberto este espaço para um posicionamento da empresa responsável pela perfuração – cujo nome não foi divulgado -, e que deve ser multada pelo Conselho.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais