A imagem de uma criança de 6 anos pendurada do lado de fora da varanda do sétimo andar do prédio onde mora circulou pelas redes sociais. O flagrante foi feito em um edifício do bairro Ataíde, em Vila Velha, e registrado por um vizinho com o celular. Pelo vídeo, é possível ver que menino fica por alguns segundos no local e volta para o apartamento, sem ferimentos.
Mãe da criança, a dona de casa Ana Laura Rodrigues, conversou com a reportagem do g1ES nesta quinta-feira (4), e contou que a situação aconteceu na última terça-feira (2), por volta das 17h30.
Ana Laura disse que o filho estava jogando bola na sala, quando ela pediu para que ele tivesse cuidado para não quebrar nada. Nessa hora, ela contou que estava no banheiro dando banho na filha e acredita que o menino tenha ido para varanda. Uma vizinha viu que o vídeo tinha sido divulgado em um grupo de uma rede social do bairro e foi até o apartamento da mãe avisar.
"Quando vi o vídeo fiquei assustada, com o coração na mão. Meu filho tem seis anos, é autista, eu tenho rede no apartamento desde que ele nasceu. Acho que a rede salvou meu filho, foi um susto quando eu vi! E foi questão de segundos. Não cheguei a ver ele pendurado, só vi ele de volta na sala e depois o vídeo que a minha vizinha mostrou", relatou Ana Laura.
De acordo com Ana Laura, além do menino de 6 anos, ela tem outros três de 11, 10 e um ano de idade. Ela disse que nunca deixa as crianças sozinhas.
Ela ainda lamentou que o vídeo caiu direto nas rede sociais, foi compartilhado e ganhou grandes proporções. "Na hora do fato ninguém se preocupou em me avisar ou procurar alguém no edifício rapidamente", desabafou.
Segundo a mãe, a rede instalada na varanda tem menos de cinco anos e a última manutenção foi feita há menos de um ano.
Inclusive, sabendo da repercussão do que aconteceu, o instalador que fez o serviço no apartamento se ofereceu para voltar ao local, checar e reforçar o equipamento se necessário. O trabalho foi feito na manhã desta quinta-feira (4).
Edson Amaral trabalha com instalação de redes há 29 anos. Segundo ele, a dica mais importante para qualquer pessoa é ficar atento a qualidade do produto na hora da compra.
"Existem mais ou menos cinco tipos de rede sendo vendidas no mercado. É fundamental o cliente checar qual é o material que ele está adquirindo, se não é um material reciclado ou misturado, é isso que vai garantir o tempo de duração da rede. Na hora de orçar, do contrato ou da garantia, ele tem como checar isso. A olho nu não dá para saber".
Amaral explicou que a rede de um bom material resiste ao sol, chuva, calor, umidade e maresia. Ela também precisa ter passado por testes de impacto de 500 kg por metro quadrado.
A garantia do produto instalado costuma ser de cinco anos, mas isso não equivale ao seu prazo de validade, normalmente ela dura mais tempo, mas cabe ao cliente ficar atento aos sinais de que o equipamento pode dar.
"A rede precisa ser flexível, porém esticada. Estar folgada é sinal de problema. Ela afastada do parapeito não é sinal de problema, porque isso pode ter relação com a construção do prédio e o local onde é possível prender os ganchos. O que não pode é frouxa, com barriga. Além disso, é preciso atenção com os ganchos e com a parede, cuidado com ferrugem, condição do cimento", fala.
O especialista também disse que tem gente que gosta de fazer a manutenção anual, mas que isso deve ser orientado pela pessoa que fez a sua instalação e dependendo também do produto escolhido.
O Corpo de Bombeiros alertou sobre o risco desse tipo de situação e a importância da atenção, especialmente no período de férias com as crianças.
"É o tipo de ocorrência em que a gente precisa tentar ganhar a confiança da criança, porque diante de qualquer susto, ela pode se soltar e acabar caindo ou se machucando", explicou a capitão Andresa Silva. Veja algumas dicas abaixo.
Além do registro feito por vídeo, na tarde da terça-feira (2), não houve acionamento do Ciodes ou dos Bombeiros relatando a ocorrência. A Guarda Municipal de Vila Velha e o Conselho Tutelar também não foram acionados.
*Com informações de Ana Elisa Bassi, do g1 ES
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