Na última década, a morte de algumas crianças no Espírito Santo ganhou destaque pela forma brutal como tiveram as suas vidas interrompidas. Foram vítimas de violência sexual, agredidas, torturadas e assassinadas. Os suspeitos ou denunciados pelos crimes eram familiares.
Casos que guardam semelhança (confira abaixo) com a morte do pequeno Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos, ocorrida nesta terça-feira (5), cuja apuração inicial da polícia aponta para estupro e tortura. Os pais do menino, Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31,foram presos, preventivamente, suspeitos do crime.
Em maio de 2017, Fabiane Isadora Claudino, de 2 anos e 4 meses, não resistiu aos ferimentos na cabeça e morreu. De acordo com a polícia, ela foi torturada e violentada. Ao voltar do trabalho, a mãe a encontrou em estado crítico. Não se mexia e havia vômito ao redor.
As suspeitas recaíram sobre o padrasto, o vendedor de celular Michael Lelis, 28, que foi preso quando estava escondido em uma caçamba de lixo. Além de trauma na cabeça, Fabiane possuía cicatrizes de mordidas pelo corpo.
Em outubro de 2017, a menina Thayná Andressa de Jesus, 12 anos, foi sequestrada, estuprada e morta. Ela desapareceu no bairro Universal, em Viana, próximo de onde morava.
Segundo denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o acusado pelo crime, Ademir Lúcio Ferreira, de 56 anos, - que morreu antes de ser julgado -, sequestrou a menina, a levou a local ermo, no bairro de Areinha, onde iniciou o abuso sexual, “praticando atos libidinosos”.
O documento aponta ainda que Ademir iniciou o crime de homicídio contra a menor ainda dentro do veículo, deixando vestígios de sangue no banco traseiro do carro. Após a morte, ele ocultou o corpo em um alagado próximo a um matagal, ateando fogo para encobrir os rastros do crime de estupro e homicídio.
Em junho de 2020, Ademir Lúcio Ferreira de Araújo, foi assassinado dentro da Penitenciária Estadual de Vila Velha 5 (PEVV 5), onde se encontrava detido.
Em 2018, um caso abalou o Norte do Espírito Santo. Os pequenos Joaquim e Kauã, de 3 e 6 anos, moradores de Linhares, morreram em um incêndio criminoso. O laudo da polícia apontou que sofreram abuso sexual e que os dois estavam vivos, desacordados em uma cama, antes de um incêndio criminoso encerrar suas vidas.
Na casa com as crianças estava Georgeval Alves Gonçalves, que foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) como autor do crime. Em decorrência de diversos recursos apresentados à Justiça, o julgamento do ex-pastor ainda não foi marcado.
Kauã Salles Butkovsky era filho do primeiro casamento de Juliana Pereira Sales Alves com o empresário Rainy Butkovsky. Ela teve outros dois filhos com Georgeval Alves Gonçalves, incluindo Joaquim, de 3 anos.
Em 2021, uma menina de 6 anos foi agredida e estuprada em Ecoporanga, no Noroeste do Espírito Santo. Após ser socorrida, ela teve a morte confirmada.
A criança apresentava lesões pelo corpo e crises convulsivas. O médico suspeitou que ela tivesse sido vítima de abuso sexual. Posteriormente, a polícia concluiu as investigações apontando que a menina foi agredida e estuprada.
A mãe e o padrasto foram indiciados por estupro de vulnerável e homicídio qualificado, por motivo fútil, com emprego de asfixia, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio, além de abandono de incapaz e posse ilegal de arma de fogo.
Em 2020, a pequena Aghata Vitória Santos Godinho, de 5 anos, foi morta por espancamento. O principal suspeito pelo crime, o padrasto Elisnai Borges Eloy, de 35 anos, preso.
Em audiência de custódia, a juíza Raquel de Almeida Valinho narraram levantou a hipótese de a menina também ter sido vítima de violência sexual, situação levantada por médico que analisa a causa da morte.
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