Crimes de intolerância religiosa no Espírito Santo triplicaram de 2021 para 2022. Em 2021, foram cinco registros, enquanto em 2022 os casos saltaram para 15. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
A Polícia Civil informou que existe na Região Metropolitana de Vitória uma seção de investigações especiais para pessoas vítimas de discriminação racial, religiosa, orientação sexual ou deficiência física. A unidade foi criada em 2019 e é subordinada à Divisão Especializada da Região metropolitana (DRM) e funciona na chefatura de Polícia Civil.
Os registros de boletins de ocorrência sobre intolerância religiosa também podem ser feitos na delegacia on-line e também pelo 190 em caso de crime em andamento e Disque 100 para Direitos Humanos.
Na noite da última quarta-feira (3), um homem de 34 anos foi preso depois de invadir um terreiro de umbanda armado durante uma cerimônia religiosa e ameaçar as duas filhas adolescentes, de 14 e 16 anos, a mãe de santo responsável pelo centro e demais pessoas que estavam no local, em Vila Velha, na Grande Vitória.
De acordo com o boletim da Polícia Militar, policiais foram acionados e, quando chegaram ao local, uma adolescente de 16 anos e outra de 14 contaram que o pai delas chegou ao local dizendo que "iria matar todos que estivessem ali adorando o capeta" e só não atiraria porque haviam crianças presentes.
O homem então tentou agredir as filhas com um pedaço de madeira, mas foi impedido por outros familiares que estavam no local.
Segundo Amanda Nóbrega, mãe de santo do terreiro de umbanda invadido, contou que ao chegar pela segunda vez ao local, insatisfeito com a presença das filhas adolescentes de 14 e 16 anos, o suspeito disse que só não atiraria em todo mundo porque havia crianças no local.
Ao ser recepcionado o homem fez ameaças: "Ele disse que era tudo demônio e demônio se matava na bala. É triste. É lamentável as pessoas terem tanto preconceito com algo que não conhecem, que não sabem. Quando Jesus caminhou na Terra, ele nos ensinou a humildade, o perdão, a caridade e não é isso que as pessoas fazem", contou Dayane.
Após audiência de custódia, a Justiça mandou soltar o homem nesta sexta-feira (5), sem pagamento de fiança.
Em sua decisão, a juíza Raquel Almeida Valinho, disse que a liberdade do homem "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita".
A magistrada determinou ainda restrições que dizem respeito ao deslocamento do homem, incluindo uma ordem de distância das vítimas. São elas:
Os nomes dos envolvidos não estão sendo divulgados para preservar a identidade das vítimas.
*Com informações do g1ES e da TV Gazeta
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta