Usando dados pessoais vazados na internet ou contando com a ajuda de funcionários de empresas terceirizadas das operadoras de telefonia, criminosos estão clonando chips de linhas telefônicas de celulares.
O golpe conhecido como SIM Swap começa quando o bandido tem acesso aos dados pessoais da vítima como RG, CPF e endereço. Com essas informações, o suspeito entra em contato com a operadora, geralmente, por meio de ligação telefônica.
Como se fosse o cliente, o golpista alega que o chip está com problema e solicita a atualização para outro dispositivo. Após a conclusão do serviço, o bandido passa a ter controle da linha e pode ter acesso às redes sociais e outros aplicativos.
O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, explica que quando o criminoso tem domínio do chip, recebe as mensagens destinadas ao número clonado, inclusive, aquelas de autenticação das redes sociais.
Em outubro de 2020, a Polícia Civil prendeu um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviço à uma operadora de celular. Ele trabalhava em um shopping da Grande Vitória e foi autuado por violação de segredo profissional e falsidade ideológica.
De acordo com a polícia, ele agia em diversos estados e recebia por cada transferência ilegal que concluía. Um homem de Minas Gerais também foi identificado após transferir a titularidade de uma cliente no Espírito Santo a partir de uma cidade mineira.
O perito em computação forense e especialista em segurança da informação Gilberto Sudré explica que as principais medidas de segurança são a utilização de senhas fortes nas redes sociais e a autenticação de dois fatores.
“O importante é que quando você habilitar essa autenticação de dois fatores, não utilize como a opção de receber essa autenticação de dois fatores por SMS, já que o golpista tem o seu telefone, ele vai receber essa mensagem também. De preferência, utilize aplicativos de autenticação de dois fatores como Google Autenticator ou Microsoft Autenticator", orienta.
Usar letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres como "#*" aumenta a força da senha.
Assim, mesmo com acesso às mensagens do celular, o golpista vai precisar de outra senha. Não utilize a opção de receber a autenticação por SMS. De preferência, utilize aplicativos de autenticação de dois fatores como Google Autenticator ou Microsoft Autenticator.
O PIN é solicitado quando o chip do celular é inserido em um novo aparelho. Se o PIN é digitado errado, o sistema pede o PUK. Se esse for digitado errado 10 vezes, o chip é bloqueado.
Se o celular não faz ou recebe ligações, se os aplicativos foram desconectados ou se aparece o ícone de que a operadora está inativa, ele pode ter sido clonado.
Entre em contato com a operadora e peça o bloqueio da linha telefônica. Registre boletim de ocorrência na Polícia Civil.
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