O governo do Estado deve definir nesta semana os critérios da vacinação contra a Covid-19 para as pessoas com comorbidades. As medidas são discutidas por uma câmara técnica composta por membros dos municípios e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O comportamento da pandemia e questões relacionadas à vacinação foram alguns dos assuntos apresentados nesta segunda-feira (19) durante coletiva on-line do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário de Vigilância, Luiz Carlos Reblin.
"Já tem um caminho indicado e essa semana devemos pactuar esses critérios com os municípios. Mas já falamos: procure sempre para vacinar a unidade de saúde a qual você pertence. Ainda nesta semana, devemos encerrar a estruturação dos itens que serão comprobatórios da doença da condição de uma doença de base (comorbidade para vacina contra a Covid-19)", disse Reblin.
Nésio destaca que o governo do Estado reconhece como "legítima e justa qualquer solicitação de antecipação e vacinação por parte de qualquer categoria, grupo populacional, social, econômico". Segundo ele, a disponibilidade de doses de imunizantes enviadas aos governos estaduais tem inviabilizado a aplicação das vacinas de forma ampliada.
"Na nossa previsão, o Estado já tinha anunciado que, caso comprasse vacinas, estaríamos avançando na imunização das forças de segurança e os professores. Como já estamos avançando nesses dois grupos, caso o governo estadual adquira vacinas, podemos contemplar outros grupos de atividades essenciais e população com comorbidades", reforçou o secretário.
Reblin informou que o Estado deve receber nesta semana, por parte do Ministério da Saúde, uma quantidade de doses da vacina contra o coronavírus menor do que o habitual. Por causa disso, a previsão de aplicação dos imunizantes nos capixabas com comorbidades ainda é incerta. A expectativa da Sesa é de que o trabalho seja iniciado no próximo mês.
"Se confirmarmos que esta semana vamos receber uma quantidade muito menor [de doses], as previsões ficam prejudicadas. Gostaríamos muito de iniciar, pelo menos, no começo de maio a vacinação das pessoas com comorbidade", enfatiza Reblin.
O Plano Nacional de Imunização (PNI) estabelecido pelo governo federal estabelece uma lista de doenças de base que podem ser consideradas comorbidades para a vacinação contra a Covid-19. Confira:
Qualquer indivíduo com diabetes.
Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática).
PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade
PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo (LOA) e/ou comorbidade.
IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association.
Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária.
Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou 21 sistólica, lesões em outros órgãos-alvo).
Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras).
Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras).
Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.
Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.
Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras).
Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico.
Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência).
Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular.
Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica.
Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; todos os indivíduos vivendo com HIV entre 18 e 59 anos de idade; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas.
Anemia falciforme.
Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40.
Trissomia do cromossomo 21.
Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C.
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