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CRM-ES apresenta estudo que pode mudar protocolo de tratamento da Covid-19

CRM-ES apresenta estudo que pode mudar protocolo de tratamento da Covid-19

Levantamento do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo aponta tratamento precoce como responsável pela queda do número de óbitos no Pará

Publicado em 10 de julho de 2020 às 17:21

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Presidente do CRM-ES, Celso Murad apresentou o estudo na tarde desta sexta-feira (10). (Larissa Avilez)
CRM-ES apresenta estudo que pode mudar protocolo de tratamento da Covid-19

Um estudo preliminar do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) pode resultar na adoção de novos protocolos pelo Estado, no que tange ao tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Divulgado na tarde desta sexta-feira (10), o levantamento sugere que o tratamento precoce reduz drasticamente o número de óbitos da pandemia.

Presidente do órgão, o médico Celso Murad apresentou a situação observada no Pará, onde a quantidade de mortes registradas durante um período de cinco dias caiu de 393 no início de maio, para apenas oito no início deste mês. A princípio, a causa dessa melhora seria a medicação usada nas pessoas, assim que estas apresentaram os primeiros sintomas.

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O tratamento precoce, na fase inicial da doença, pode diminuir a velocidade de replicação do coronavírus e o consequente agravamento da doença. Por se tratar de um curto período de esquema terapêutico, de apenas cinco ou sete dias, os efeitos colaterais desses remédios são muito discretos

Celso Murad
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES)
Aspas de citação

Em outras palavras, o estudo preliminar sugere que o uso de remédios com ação antiviral, mesmo antes da confirmação da Covid-19 por meio de testes, pode ser benéfico. Entre os medicamentos que poderiam ser usados nesse tratamento precoce estão alguns já conhecidos, como a cloroquina e a ivermectina.

No entanto, por enquanto, nada muda. "Cada caso precisa ser analisado individualmente e os médicos seguem com autonomia para prescreverem aquilo que julgarem mais adequado, desde que alertem os pacientes de todos os potenciais riscos e benefícios do medicamento. Sempre funcionou desta forma, desde o início da pandemia", explicou Murad.

BAIXO CUSTO DO PROTOCOLO

Além da possibilidade de diminuir os casos graves da Covid-19 e o número de óbitos, o tratamento precoce teria um custo baixo diante das demais alternativas existentes atualmente, de acordo com o médico. "Um esquema terapêutico desse custa cerca de R$ 50 para o Estado. Já promessas de remédios e vacinas poderiam custar muito mais caro", disse.

ESCASSEZ DE MEDICAMENTOS

No entanto, mesmo antes de adotar o protocolo que prevê a prescrição de remédios no início da doença, o presidente do CRM-ES alertou que o Espírito Santo sofre com o desabastecimento. "O Estado permite a adoção de todos os previstos, mas os médicos reclamam sobre a dificuldade no acesso, seja na rede pública ou privada", revelou.

POLITIZAÇÃO É PREJUDICIAL

Por o protocolo incluir medicamentos que já foram alvo de polêmicas no país, Celso Murad defendeu que não é momento de politização. "A sociedade moderna tem um poder de consensualização muito pequeno. Se polarizaram as posições e ser a favor de um remédio virou quase uma questão política. Não é assim que funciona. Se nos dividirmos agora, não resolveremos nada", afirmou.

REUNIÃO COM A SESA: EM BUSCA DE UNIFICAÇÃO

Na próxima quinta-feira (16), o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo tem uma reunião marcada com o secretário Nésio Fernandes, que está à frente da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). A expectativa do presidente do órgão é que, até a data, análises mais aprofundadas tenham sido feitas e a discussão da possível adoção de novos protocolos já possa ser iniciada.

"Nós vamos apresentar esse protocolo dentro de uma discussão mais ampla, acrescentar estudos de outros lugares e dados estatísticos. Cada cidade está fazendo o seguindo o próprio protocolo, o nosso objetivo é tentar unificá-los com uma medida mais ampla, mais segura e de custo mais baixo", adiantou Celso Murad.

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