O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) vai investigar a médica que compareceu ao trabalho, apesar da suspeita de ter contraído o novo coronavírus e da orientação para cumprir isolamento domiciliar, se afastando das atividades que exerce em um hospital particular de Guarapari.
Presidente do órgão capixaba, o médico Celso Murad explicou que o primeiro passo será ouvir a profissional. Vamos solicitar informações à médica, investigar objetivamente e ver quais justificativas serão apresentadas. É um processo inicial, de inquérito. Vamos avaliar e ver qual vai ser a consequência, adiantou.
De acordo com ele, o processo de investigação e o parecer devem acontecer dentro de um determinado período. No entanto, por causa de demandas e por todos os prazos do Judiciário estarem suspensos devido à pandemia, não é possível estimar em quanto tempo esta conclusão deve sair.
A atitude da médica chegou ao conhecimento da Secretaria de Saúde de Guarapari por meio de uma denúncia feita por telefone, na semana passada. A respeito da postura da profissional, o município reforçou que violar o isolamento é infração sanitária e pode ser enquadrado como crime contra a saúde pública.
Segundo um funcionário da pasta, a profissional fez um teste rápido, que foi notificado, e estava sendo acompanhada pela prefeitura. No momento da abordagem, ela falou que o fez por estar na linha de frente e que não apresentava sintomas, contou. No entanto, no mesmo dia, ela fez um exame laboratorial e testou positivo para a doença.
Por questões éticas, a Prefeitura de Guarapari afirmou não poder divulgar o nome da médica e reforçou que "o município tomou todas as providências cabíveis e que a profissional de saúde assinou o termo de isolamento no momento da abordagem".
Procurado pela equipe de reportagem de A Gazeta, o Hospital São Pedro garantiu que não recebeu notificação da Secretaria Municipal de Saúde solicitando o afastamento da profissional e que tomou conhecimento do caso apenas no último dia 19 de maio, quando a médica foi flagrada no trabalho pela equipe do município.
Uma sindicância interna foi instaurada para apurar o caso e a médica será ouvida pela instituição. Apesar de afirmar que a profissional possui clínica médica com especialização em cardiologia, o hospital não informou o nome dela e nem se ela chegou a atender pacientes, alegando sigilo profissional.
Outros dois médicos que trabalham no local também contraíram a Covid-19, mas se curaram e já estão liberados para retornar às atividades. Já um técnico está afastado, como caso suspeito. Nós adotamos as medidas de prevenção; e os nossos profissionais foram treinados e utilizam equipamentos de proteção individual (EPI), garantiu o hospital.
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