A mãe da estudante Letícia Caliman, de 21 anos, que faleceu na última segunda-feira (24) vítima de um mal súbito, em Venda Nova do Imigrante, Região Serrana do Estado, se apega na fé para superar o momento difícil. Ela conta que a filha sofria de ansiedade e tomava remédios controlados para isso, mas era saudável e nunca imaginou que Letícia poderia sofrer uma parada cardíaca.
“Deus é meu consolo, no velório parece que eu estava anestesiada, mas Deus estava me sustentando porque sei que ela cumpriu a missão dela e está ao lado do Pai e que eu tenho que aceitar com paz”, diz emocionada a mãe da jovem, Elam Caliman.
Letícia estudava arquitetura e urbanismo no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Colatina. Por conta da pandemia de Covid-19, participava das aulas de forma online, em casa. A mãe conta que a menina também estava estagiando pela manhã, quando se sentiu mal e pediu que ela a buscasse. Durante o almoço, a estudante se queixou de uma forte dor no peito e desmaiou nos braços da mãe.
"Foi dando uma crise nela, ela falou 'mãe, acho que minha crise de ansiedade e minha crise de pânico estão voltando'. Aí ela foi sentar na mesa para almoçar e não conseguiu, sentou no chão. Quando ela sentou no chão, ela quis desmaiar. Peguei ela no colo e aí ela desmaiou", conta Elam.
Apesar do socorro rápido ao hospital, não foi possível salvar a vida da jovem. “É inacreditável. Na hora que recebi a notícia disse que era inacreditável. Foi tudo tão rápido”, relembra a mãe.
“Tem uma oração que fazemos que é: tudo aceito com amor, que se faça Tua vontade, em Tuas mãos me entrego, em silêncio e paz. E é isso que estou sentindo, que ela cumpriu a sua missão e gostaria de passar essa paz dessa mensagem que o frei fala para gente, para todos que estejam em aflição, que temos que enxergar dessa forma”, disse a mãe.
No Brasil, o número de jovens vítimas de mal súbito tem crescido desde 2013. Segundo o Ministério da Saúde, os episódios entre adultos de até 30 anos subiram 13%. O órgão afirma que isso reflete o aumento de hábitos não saudáveis que colocam em risco a vida de pessoas dessa faixa etária.
O cardiologista Pietro Lima explica um dos motivos que pode levar à parada cardíaca em jovens e ressalta a importância da prevenção. “As pessoas têm tido piora dos hábitos alimentares, estão cada vez mais sedentários e isso tem aumentado os fatores de risco modificáveis", afirma. As doenças cardiovasculares podem acontecer em qualquer idade e fase da vida. Por ano, 70 mil brasileiros morrem por causa dessa mesma doença.
A prevenção é sempre buscar fazer um check-up da saúde, realizando exames e consultas médicas com regularidade. "A gente consegue ver alterações estruturais com um eletrocardiograma, por exemplo. Às vezes uma angina, uma dor no peito que não é levada em consideração, um cansaço podem indicar um sinal. O interessante é ter uma atenção aos sintomas que a pessoa tem tido”, afirma o médico.
*Com informações de Vinícius Rangel, da TV Gazeta
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta