Uma distância de 32 metros separa as duas pontas do navio-escola Ciências do Mar III, que esteve em Vitória no dia 9 de março e levou 14 estudantes de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para alto-mar. Durante uma semana, o grupo utilizou as dependências do navio. A reportagem de A Gazeta visitou a embarcação para conhecer os detalhes, como as áreas que serviram para alimentação e descanso dos alunos liderados pelo professor Agnaldo Martins, coordenador do curso e responsável por comandar a missão.
O navio começou a ser construído em 2019 e foi entregue no ano seguinte. Mantido e utilizado pelas instituições de educação, o Ciências do Mar III serve como local de ensino para 45 cursos de universidades em todo o Brasil. A Ufes é uma delas e utilizou o navio pela primeira vez na história.
A ideia é que os alunos tenham experiências práticas de acordo com a teoria estudada na universidade pública. O professor Agnaldo Martins contou que os sete dias incluiriam atividades envolvendo assuntos tratados em sala de aula.
Desde que foi entregue, o Ciências do Mar III tem sido compartilhado entre universidades. Logo na entrada, vimos que o nome da embarcação está sempre ligado à Universidade Federal Fluminense. É lá que o navio-escola permanece entre as viagens.
Em uma expedição, por exemplo, o navio-escola pode oferecer uma autonomia de até 15 dias. Nesta viagem da Ufes foram 17 pessoas, sem contar com os comandantes que guiam a embarcação: são 14 alunos, um estudante de pós-doutorando, o professor e uma enfermeira. O Ciências do Mar III tem alojamentos com capacidade para 26 pessoas.
Para quem navega em alto-mar pela 1ª vez, a sensação é de fechar a graduação com uma experiência única.
O grupo permaneceu em alto-mar até o dia 16 de março. O roteiro da expedição foi até a Foz do Rio Doce, entrou por mais de 270 quilômetros em alto-mar e, depois, retornou para Vitória. Havia o planejamento de coletar amostras de água e sedimentos em profundidades diferentes para medir os impactos da ação humana no mar e os impactos da tragédia da barragem de Mariana.
Entre os equipamentos de última geração que foram utilizados pelos pesquisadores está o Side Scan Sonar, um sonar de varredura lateral que faz uma espécie de ultrassonografia do fundo do mar, chegando nessa expedição a uma profundidade de até 2 mil metros.
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