Imagine trocar a "Terra do Gelo", onde as temperaturas médias variam de zero a 10ºC, pela "Cidade Sol", encarando o calor na faixa dos 35ºC no verão? Esse é o desafio que encarado pela estudante Julia Inga Jónsdóttir. Nascida na Islândia, a jovem escolheu o Brasil, país do carnaval, para realizar um intercâmbio e veio parar justamente em Vitória, no Espírito Santo, para se aprimorar no idioma português.
Nas redes sociais, Julia tem chamado a atenção ao mostrar o dia a dia de seu intercâmbio, como estudante do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), com realidade bem diferente da que costumava viver na Islândia. Um dos vídeos publicados por ela já soma mais de 500 mil visualizações, com a presença de capixabas nos comentários dando as boas-vindas. "Foi uma surpresa quando vi que meu vídeo se tornou viral. Eu esperava, talvez, 1.000 curtidas, mas nada como foi", disse Julia.
Apaixonada pelo mar, a estudante revela que morar perto de praias sempre foi um sonho. Apesar de ser um ilha vulcânica, situada no norte do Oceano Atlântico e próxima do Círculo Polar Ártico, a Islândia não tem balneários tradicionais como no Brasil. Além do clima quente, a jovem afirma também estar gostando do "calor humano" no Estado, graças à abertura e gentileza das pessoas com quem conversa.
Calor que ela também vivenciou nos blocos de rua do carnaval, no mês passado. A experiência se tornou inesquecível para a jovem islandesa. “Nunca vivi nada parecido. Foi uma experiência muito legal e divertida”, conta Julia.
A jovem exalta, ainda, as diferenças culturais dos dois países e afirma que não consegue comparar. Uma das peculiaridades está na formação do sobrenome, que, na Islândia, é constituído a partir do nome do pai. Assim, Julia tem o sobrenome "Jónsdóttir", que significa "filha de Jón", enquanto o irmão dela é "Jónsson" ("filho de Jón").
Durante os 11 meses que passará no Espírito Santo, a intercambista admite que vai ser difícil superar a saudade da família e dos amigos. “Sinto falta de ter alguém que realmente me conheça e sinto muita falta da minha cama”, afirma.
Vitória não está servindo de lar temporário apenas para Julia. Três estudantes italianos também estão na cidade vivenciando o cotidiano capixaba. Claudio di Lauro, Giada Piras e Ilaria Savigini tiveram a oportunidade de sentir de perto o amor pelo carnaval e até desfilaram no Sambão do Povo.
Ilaria conta, ainda, que não conhecia Vitória, mas que agora está encantada com a capital do Espírito Santo. “Não estou sentindo falta da Itália e já estou programando voltar aqui”, destaca.
Diferente de Julia, a italiana explica que não sentiu um choque cultural muito forte e conseguiu se adaptar com facilidade. “Tem alguma diferença na comida e na abertura das pessoas, mas consegui me adaptar rapidamente. Estou gostando demais do lugar e das praias. Na Itália, moro nas montanhas e eu gosto do mar. Então, para mim, está perfeito!”, relata.
Ilaria destaca a importância de ter sido acolhida por uma família, o que torna a experiência ainda mais enriquecedora para a adaptação.
Os estudantes vieram ao Brasil por meio da Organização não Governamental (ONG) AFS Intercultura Brasil, que conta com 15 voluntários em Vitória. A presidente do comitê local, Letícia Kirchmayer, explicou que os estudantes realizam uma aplicação para vir ao país, e os voluntários analisam quais perfis combinam mais com o estilo de vida da cidade.
Além do grupo atual, Vitória será o lar de outros 30 intercambistas dos Estados Unidos em julho. Eles ficarão por duas semanas no Estado. Letícia falou, também, que estão em busca de famílias hospedeiras. As pessoas podem se candidatar por formulário para receber estudantes que virão conhecer as belezas capixabas.
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