Começa nesta quarta-feira (5), às 9 horas, no Fórum Criminal de Vitória, no Centro, o julgamento dos assassinos dos irmãos Ruan e Damião, ocorrido em março de 2018, na Piedade, na Capital. Neste tribunal do júri, quatro das seis pessoas denunciadas pelo crime vão sentar no banco dos réus. A previsão, segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), é que o julgamento dure dois dias
Os irmãos Ruan Reis, 19 anos, e Damião Marcos Reis, 22, foram mortos com mais de 20 tiros, cada um deles. Após a execução, outros crimes ocorreram na região. Todos são resultado da disputa do tráfico de drogas nos bairros Piedade e Fonte Grande, em Vitória.
Serão julgados a partir desta quarta (5):
Outros dois foram pronunciados – decisão judicial que os encaminha para o tribunal do júri –, mas não vão ser julgados com os demais porque recorreram contra a sentença e aguardam resposta da Justiça. São eles:
Segundo o promotor Rodrigo Monteiro, para o julgamento está previsto a depoimento de apenas uma testemunha no júri. À frente dos jurados — e também dos acusados —, estará um policial civil que participou das investigações. O promotor explicou que outras testemunhas não foram relacionadas para garantir a segurança e não expor as pessoas, pois o caso envolve facção criminosa. Também estão à frente do caso os promotores de Justiça Bruno de Oliveira e Gustavo Michelsem.
A previsão da promotoria é que o depoimento da testemunha de acusação dure mais de três horas. E o julgamento em geral pode chegar a durar dois dias. Monteiro afirma que os promotores vão trabalhar para garantir pena máxima de até 60 anos de prisão para cada um dos réus.
O processo tem cerca de 1.500 páginas, com seis réus e muitas provas técnicas, algumas oriundas de interceptações.
Após a primeira denúncia relacionada ao caso, o Ministério Público denunciou também os réus Geovani de Andrade Bento e Tiago da Silva por participação nos homicídios. Eles seriam lideranças da região de São Benedito que teriam dado apoio aos acusados. O processo deles está em tramitação e ainda não há previsão de quando serão julgados.
Com isso, no total, a previsão do MPES é que ocorram três tribunais do júri a respeito do mesmo caso.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Ruan estava em casa, na companhia de sua cunhada, quando foi abordado pelo grupo apontado como autor do crime. “Além de estarem portando armas de fogo, trajavam toucas ninja, coletes e coturnos”, informa o texto.
Na sequência, eles ordenaram que a cunhada fosse para dentro da casa e, quando ela atendeu o pedido, o grupo indagou Ruan sobre a localização dos chefes do tráfico do bairro. “Depreende-se que, como Ruan não soube informar a localização pretendida pelos denunciados, seus algozes o conduziram pelas ruas do bairro sob a mira de armas de fogo, chegando ao alto do morro da Piedade”, é relatado na denúncia.
A cunhada, ao perceber que Ruan foi levado pelo grupo, comunicou o fato aos seus familiares. Foi quando Damião saiu de casa correndo à procura de seu irmão. "Ele o encontrou já sob o poder do grupo. Ao questionar a motivação, os dois irmãos foram atingidos por vários disparos de armas de fogo", relata denúncia do MPES.
À época do crime, a polícia informou que foram mais de 60 disparos. A perícia encontrou 22 perfurações no corpo de Ruan e 20 no de Damião. No local, foram encontradas mais de 60 cápsulas de calibre 380, .40 e 9mm. O crime aconteceu no dia 25 de março de 2018, por volta de 1 hora, na Rampa Odilio Ferreira, próximo à Escadaria 25 de Abril, no bairro Piedade, em Vitória.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Ruan estava em casa, na Piedade, na companhia da cunhada, quando foi abordado pelos réus, que portavam armas de fogo, usavam toucas ninja, coletes e coturnos. O grupo indagou a vítima sobre a localização dos chefes do tráfico de drogas do bairro. Como Ruan não soube informar, foi encaminhado até o alto do morro sob a mira de armas de fogo.
Damião, ao saber do ocorrido, foi à procura do irmão e o encontrou sob o poder do grupo. Ao questionar a motivação, os dois foram atingidos por mais de 20 disparos de arma de fogo. Segundo o MPES, o crime foi motivado pela disputa do tráfico de drogas no bairro e chamou a atenção pela crueldade e pela quantidade de disparos realizados contra as vítimas: mais de 60 tiros, no total.
A perícia encontrou 22 perfurações no corpo de Ruan e 20 no corpo de Damião. No local foram encontradas mais de 60 cápsulas de calibre 380, .40 e 9mm. O crime aconteceu no dia 25 de março de 2018, por volta de 1 hora, na Rampa Odilio Ferreira, próximo à Escadaria 25 de Abril, no bairro Piedade, em Vitória.
Os advogados Paloma Gasiglia e Marcos Daniel Vasconcelos Coutinho fazem a defesa de Flávio Sampaio. Informaram que acreditam na Justiça estadual e que buscarão a absolvição. Destacam que o processo se embasa em provas testemunhais que não reconheceram Flávio como partícipe, e que vão provar em plenário que ele não tem nenhuma ligação com o crime.
Os advogados dos três outros réus que vão a julgamento não foram localizados até a publicação deste texto.
O ano de 2018 no Morro da Piedade foi marcado por noites sangrentas, com crimes brutais, seguidos de ataques e ameaças a moradores que foram expulsos do bairro, localizado em Vitória. Era o resultado da guerra do tráfico de drogas pela disputa de territórios. Foram pelo menos oito assassinatos, além de duas tentativas de homicídio.
A comunidade chegou a realizar protestos pedindo mais segurança. Dezenas de moradores acabaram deixando o bairro em decorrência do avanço da criminalidade e do medo de novos confrontos.
As investigações sobre os crimes ocorridos em 2018 apontaram que, desde o final de 2017, cerca de 20 pessoas portando armas de fogo e trajando toucas ninjas, coletes e coturnos se revezavam à procura dos chefes do tráfico de drogas do local, com o objetivo de eliminá-los e tomar o controle da região da Piedade, da Fonte Grande e do Moscoso.
Esse grupo, junto com suas famílias, tinha sido expulso dessas localidades por volta do ano de 2012, pelos que estavam chefiando o tráfico na região. O comando do tráfico passou para as mãos dos integrantes da família Ferreira Dias. E era em busca deles que estava o grupo. Contavam com o apoio do PCV/Trem Bala. Na busca pelas lideranças do tráfico, foram praticados os seguintes crimes:
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