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De iate a celular de ouro apreendidos com quadrilha do jogo do bicho no ES

De iate a celular de ouro apreendidos com quadrilha do jogo do bicho no ES

A Operação Frisson apreendeu ainda  helicóptero, carros de luxo, joias e dinheiro (euro, dólares e reais). A organização criminosa atuava na Grande Vitória

Publicado em 29 de junho de 2022 às 19:14- Atualizado há 3 meses

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Celular de ouro, Iphone, apreendido na Operação Frisson, realizada pelo Gaeco/MPES, Polícia Federal,
Celular de ouro, do modelo iPhone, apreendido na Operação Frisson. (MPES)
Errata Atualização
29 de setembro de 2024 às 13:12

Oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por supostos crimes envolvendo lavagem de dinheiro e organização criminosa, em atividades que envolvem também o jogo do bicho. Resultado das investigações da Operação Frisson. A Justiça estadual aceitou a denúncia em julho de 2023, tornando-os réus em ação penal. Dos oito, seis chegaram a ser presos: Jeferson Santos Valadares, Kaio Zanolli, Marciano Cruz de Sá, Demer Freitas Ferreira, Diego Meriguetti e Sérgio Zanolli. Foram liberados por decisão judicial por volta de setembro do ano passado e respondem ao processo em liberdade. Na ocasião não foram detidas Isabela Carreiro Silva Zanolli e Tayssa de Abreu Milanez. No mês de julho deste ano (2024), a Justiça estadual manteve a restrição ao passaporte de todos os denunciados, a proibição de saída do território nacional, entre outras medidas.

Um celular de ouro, do modelo iPhone, foi um dos bens apreendidos durante a realização da Operação Frisson, na tarde desta terça-feira (28). A ação, que reuniu Ministério Público do Espírito Santo (MPES)Polícia Militar e Federal, teve o objetivo de colher provas e desarticular atuação de organização criminosa constituída para lavagem de dinheiro do jogo do bicho em Vila Velha, predominantemente, e em outros municípios da Grande Vitória. Há ainda a participação de agentes públicos no esquema criminoso.

Além do celular, também foram apreendidos outros objetos de alto valor, tais como:

Também é investigada a compra de mais de 60 apartamentos, só em Vila Velha, com a utilização de recursos do esquema de lavagem de dinheiro. Em alguns desses imóveis, onde moram os investigados, há ainda obras de arte.

OS ENVOLVIDOS

O esquema criminoso começou a ser investigado em setembro do ano passado, a partir de uma denúncia anônima, mas há indicações de que ele ocorre pelo menos desde 2019. Envolve o jogo do bicho de uma banca de destaque em Vila Velha, com atuações em outros municípios da Grande Vitória. São utilizadas empresas, algumas sendo de fachada, para a lavagem de dinheiro.

São investigadas pelo menos 20 pessoas, entre elas estão quatro empresários que comandam o jogo do bicho e vários laranjas - pessoas que fornecem seus dados pessoais para que outras pessoas registrem bens e empresas em seus nomes, em crimes.

Essas pessoas utilizavam as várias empresas - algumas com negócios legais, outras de fachada -, para lavagem de dinheiro do jogo do bicho. Valores depositados em espécie que acabavam circulando por várias contas. Os recursos eram destinados para a compra de bens móveis e imóveis.

Jogo do bicho: apesar da repressão, contravenção resiste há mais de um século
Jogo do bicho: apesar da repressão, contravenção resiste há mais de um século. (Divulgação)

Também haveria a participação de agentes públicos: um delegado, dois policiais civis e um oficial de justiça. Não está descartado o envolvimento de outros. 

Eles atuavam garantindo a proteção do grupo criminoso para evitar que o esquema de lavagem de dinheiro e as ações criminosas dos empresários fossem descobertas. Está sendo investigado o recebimento, da parte deles, de pagamentos por estes serviços. Por nota, a Polícia Civil informou que não foi notificada oficialmente sobre o fato e só se manifestará após receber as informações da investigação do MPES.

AÇÃO ENVOLVE MPES, POLÍCIA FEDERAL E PMES

A Operação Frisson cumpriu, inicialmente, 25 mandados de busca e apreensão, sendo 21 em Vila Velha, 3 em Vitória e 1 em Cariacica, emitidos pelo juízo da 6ª Vara Criminal de Vila Velha/ES. Residências e empresas dos investigados também foram alvos das ações. Não houve prisões.

Os trabalhos foram coordenados por quatro membros do MPES, auxiliados por 29 agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), forças da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) e da Polícia Federal.

O material apreendido - documentos, computadores, dados e depoimentos de investigados e testemunhas que serão colhidos nas próximas semanas - vão ser analisados. Os crimes investigados estão previstos nas leis 12.850/13 (organização criminosa) e 9.613/98 (lavagem de dinheiro), além de corrupção ativa e passiva.

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