Da decisão de gerar uma vida até o resultado positivo do teste da gravidez, o caminho foi árduo para a pedagoga Myrella Nunes Carrijo Ferrari Rangel, de 37 anos. Na sua rotina, tratamento hormonal, dezenas de consultas médicas e exaustivos exames alternavam-se com orações diárias para que o sonho da maternidade se tornasse real.
E, quando, enfim, ela pôde receber nos braços a pequena Ana Maria na sala de parto após meia década de luta, viu que era hora de agradecer a Nossa Senhora por “interceder pelo maior milagre” que já recebeu. Por isso, a Festa da Penha deste ano é tão especial para esta nova mãe.
Myrella conta não ter sido fácil passar pela peregrinação a laboratórios, clínicas e hospitais. Até diagnóstico de infertilidade ela diz ter recebido.
"Comecei o tratamento em 2016. Durante um ano, passei por tratamento de indução hormonal. O médico que me atendia falou que era impossível eu engravidar porque meus óvulos não tinham força para crescer. Em uma novena de 2019, quando a imagem de Nossa Senhora da Penha passou por mim, eu senti muito forte que eu deveria pedir o meu bebê a ela. Já havia se passado três anos de tentativas. Troquei de médico e, em maio, meu tratamento começou a fluir. A médica disse que achava que eu tinha uma chance de engravidar", explica Myrella.
As esperanças se reacenderam, mas vieram acompanhadas também de um profundo desgaste emocional e físico. Em meio a todos os preparativos para a fertilização in vitro, foi preciso aplicar 17 injeções para desenvolver os óvulos– o previsto inicialmente eram três. “Em fevereiro de 2020, eu fiz a transferência embrionária, só que não conseguir engravidar. Aí veio a pandemia, entrei em depressão. Só em fevereiro de 2021 que fizemos uma nova transferência. Dois dois embriões colocados, o da Ana Maria vingou. Receber a notícia da gravidez foi a melhor coisa da minha vida”, conta.
A gestação transcorreu tranquila, apesar de um susto da convulsão dias antes do parto. Era chegado o grande momento de trazer a criança ao mundo.
Hoje a bebê tem seis meses, e sua chegada é celebrada com carinhosos “mesversários” para a família. A primeira festinha, aliás, teve uma temática especial, Nossa Senhora da Penha, com direito a bolo das cores do manto da imagem, rosa e azul.
“Eu tenho muita certeza de que ela protegeu a gente. Engravidar numa pandemia não foi fácil. Rezava o tempo todo. No berço, fica um santinho de Nossa Senhora da Penha, onde faço as orações com ela. Ela tem até body de Nossa Senhora. Sou muito grata à nossa Mãe.”
Os leitores de A Gazeta puderam enviar seus depoimentos sobre a Festa da Penha, a devoção à padroeira e o seu contato com o Convento. Confira a seguir alguns relatos:
“O primeiro contato que tive com o Convento da Penha foi quando passei pela Terceira Ponte e vi aquela construção. Pensei ser um tipo de forte ou até mesmo um castelo. Estava em uma excursão da escola. Descobri que se tratava de um santuário dedicado a Nossa Senhora da Penha. Antigamente tinha um bombom da Garoto com a estampa do Convento na embalagem. Mas nunca imaginei ser um santuário. E nessa passagem e visita ao Convento, coloquei-me à disposição da Mãe. Em minha oração aos pés do altar do Convento, pedi a ela para que eu viesse morar aqui pertinho dela. Morava em São João da Barra, cidade do Rio de Janeiro. Me mudei. Frequento o Convento, as missas, as vias-sacras, os terços, as romarias, as festas. Não fui eu que vim até aqui. Foi ela que me trouxe para cá. Não sabia nem como viveria aqui porque não tenho nenhum familiar. Mas ela me trouxe. E me deu condições de sobreviver aqui até hoje. Foi um caminho de dificuldades, mas de muita fé e graças, de certeza de seu desejo de deixar aqui. E já se passaram 27 anos aos pés de Nossa Senhora da Penha.”
“Nossa Senhora da Penha, consagro toda a minha família ao seu coração imaculado. Rogai por nós. Interceda pela saúde do meu pai, que vai fazer uma cirurgia. Que cubra com seu manto sagrado nossa esperança.”
“A maior graça foi ter recebido o Sacramento do Batismo no Convento da Penha.”
“Acompanho a Festa da Penha há muito anos, nas missas voltadas a homenagear Nossa Senhora das Alegrias.”
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